ESTÍMULO REFORÇADOR
O primeiro
tipo de variável independente de que trataremos é o já citado estímulo
refo- rçador. Segundo
Skinner, o estímulo reforçador, e os parâmetros que o caracterizam, al- teram a relação
entre as classes
de estímulos e de respostas
operantes. A alteração efetua- da pelo estímulo reforçador é sempre positiva, levando a um aumento na probabilidade
da relação entre as classes
envolvidas – mas há também
a possibilidade de uma alteração negativa correspondente, que ocorre
devido às ocorrências em que o estímulo reforçador
está ausente,
e que por isso são denominadas de ocorrências em extinção (Skinner, 1979, p.
148). Notamos, dessa
maneira, que segundo
a proposição skinneriana a distribuição de forças das respostas no repertório do organismo
nunca é indiferente às suas ocorrências
comportamentais. De acordo com o autor, cada ocorrência contribui para a modificação do repertório, seja aumentando ou diminuindo a relação de força
entre as classes envol-
vidas (Skinner, 1938/1991, p. 61). O reforçamento e a extinção
podem ser considerados, portanto, como representando tais tipos de processos, e correspondendo, respectivamen- te, ao fortalecimento e ao enfraquecimento dessa relação funcional.
Em termos dos efeitos do reforçamento e da extinção, uma ocorrência comporta- mental tem, ainda, dois tipos de efeitos. Ao apresentar propriedades definidoras das
clas- ses de estímulos
e de respostas nas quais se inclui,
uma ocorrência seguida
do estímulo reforçador
fortalece uma relação já existente
entre as classes.
Por outro lado, ao apre- sentar propriedades não definidoras das classes
envolvidas, uma ocorrência
de resposta seguida do estímulo reforçador acrescenta propriedades definidoras para a relação
entre as classes. De maneira análoga,
ocorrências em extinção
enfraquecem (Skinner, 1934, p.
234) ou, de maneira mais radical,
eliminam (Skinner, 1957, p. 30) propriedades defini- doras da relação entre as classes
de estímulos e de respostas. Resumindo, o reforçamento e a extinção podem alterar a força de relações já existentes, efetuando
uma mudança de grau,
ou alterar a configuração das propriedades que definem as relações comportamen- tais, efetuando uma mudança
de natureza (Skinner, 1987, p. 106).
De acordo com a formulação skinneriana, os estímulos e as respostas
apresentam uma miríade de propriedades
não relacionadas com a classe em foco (Skinner, 1932c, pp.
282-283; 1935a/1999, p. 506), e esse fato é a base para a ampla possibilidade
de modificação das classes comportamentais resultantes das contingências de reforçamen- to. As classes de estímulos e de respostas, apesar de serem úteis na classificação
dos complexos eventos comportamentais em termos das suas inter-relações, são deficitárias por não fornecerem todos os detalhes
da variabilidade apresentada pelos seus elementos. Segundo Skinner, uma formulação científica do comportamento só é interessante se for precisa (Skinner, 1947/1999, p. 347, 357). A utilização pelo autor da noção de classes de eventos não parece recomendar a formulação de explicações que tenham na falta de exa-
tidão uma deficiência aceitável. Uma forma de se eliminar
essa deficiência é considerar, com o subsídio
da formulação skinneriana, a variabilidade como fruto da interação entre as
diferentes classes comportamentais que empregaríamos na tentativa
de abarcar o re- pertório individual como um todo. Ainda,
seria temerário desconsiderar a possibilidade de sobreposições entre as diferentes classes comportamentais identificadas por meio da descrição de algumas poucas
propriedades definidoras (Skinner 1935a/1999, p. 508).
O reforçamento é o processo
fundador das relações
comportamentais que Skinner denomina de “operantes.” Nesse sentido, o momento do reforçamento marca, em termos
(Skinner, 1953a, p. 71). Uma única ocorrência seguida de reforçamento pode ter, segun-
do Skinner, efeitos drásticos na probabilidade da relação entre
as classes de estímulos e de respostas correspondentes (Skinner, 1953b/1965, pp. 67-68, p. 87; 1937/1999, p. 542;
1932c, p. 281, p. 282; 1950, p. 216; 1953b/1965, pp. 67-68, 87; 1963, p. 512; 1979,
p. 89, p. 96, p. 356). Pode haver um aumento
instantâneo na força da resposta,
podendo levá-la ao seu valor máximo (Skinner, 1938/1991, p. 69, 85). Por exemplo,
uma única ocorrên- cia correlacionada com o estímulo reforçador é suficiente
para que a inclinação de uma
determinada curva no registro cumulativo mude consideravelmente, representando um aumento substancial na freqüência da resposta (Ferster
& Skinner, 1957/1997). Skinner apóia essa conclusão em uma diversidade de evidências obtidas
em laboratório com ratos (Skinner, 1932a,
1932b, 1932c, 1933a,
1933b, 1933c, 1933d,
1933e, 1938/1991) e pombos
(Ferster & Skinner, 1957/1997) como sujeitos experimentais, mas também a in-
fere de ocorrências cotidianas envolvendo seres humanos (Skinner, 1953b/1965, 1957):
A single
reinforcement may have a considerable effect. Under good
conditions the frequency
of a response shifts from a
prevailing low value to a
stable high value
in a single
abrupt step. More commonly
we observe a substantial increase as the result of a
single reinforcement, and additional increases from later reinfor-
cements. The observation is not incompatible with the assumption of an instan- taneous change to a
maximal probability, since we have by no means isolated a single operant. (...) there can be no
faster learning than an
instantaneous increa- se in
probability of response. (Skinner, 1953b/1965, PP.
67-68)
ESTÍMULO DISCRIMINATIVO
O estímulo discriminativo,
outro importante tipo de variável independente do com-
portamento operante, modifica
a probabilidade de ocorrência de formas de respostas
e, portanto, as forças das respostas (Skinner, 1957, p. 82, p. 227; 1953b/1965, p. 205).
O estímulo discriminativo, apresentando propriedades definidoras de determinada clas- se,
fortalece os membros
da classe de respostas funcionalmente relacionada (Skinner,
1938/1991, p. 197; 1957, p. 82, p. 115). O estímulo
discriminativo também enfraquece formas de respostas, na medida em que fortalece
formas de respostas competitivas (Skin-
9) Explicitamos que a descrição
dos eventos comportamentais em uma linguagem
fisicalista não conduz neces- sariamente a qualquer tipo de compromisso ontológico como seria o
caso do realismo, por exemplo.
ner, 1953b/1965, p. 189, p. 222; 1974/1976, p. 69; 1979, p. 195, p. 321). No entanto,
é raro Skinner tratar dos estímulos
discriminativos como fontes de controle enfraquece- dor10. O uso skinneriano mais comum é o de estímulo discriminativo como fortalecedor de respostas, ao invés de enfraquecedor. É por isso que adotaremos, efetivamente, o uso skinneriano do termo “estímulo
discriminativo”, referindo-nos ao primeiro termo da
contingência, unicamente como fortalecedor. Daquilo que discutimos até o momento,
a respeito das peculiaridades do par de processos fortalecimento/enfraquecimento, é
fácil vislumbrar como a restrição do uso de estímulo discriminativo pode ainda assim
ser sufi- ciente na explicação do enfraquecimento concomitante de respostas sob uma perspectiva skinneriana.
O estímulo
discriminativo age, usualmente, em combinação (Skinner, 1953b/1965, Cap. XIV; 1957, Cap. IX e X). Há sempre uma complexidade de estímulos discrimi-
nativos correspondendo, individualmente, a diferentes classes
de estímulos. Segundo Skinner, a relação
da classe de respostas com uma diversidade de estímulos acaba sendo,
efetivamente, a regra.
Ainda, segundo o autor, o conjunto de estímulos
discriminativos constitui a fonte imediata de fortalecimento da resposta. Embora
as outras variáveis independentes do comportamento também sejam imprescindíveis no processo
de fortale- cimento da resposta, o estímulo discriminativo diferencia-se pelo grau de especificidade
na sua relação com a resposta. Em suma, o estímulo discriminativo fortalece as respostas pertencentes à classe. Sabe-se,
ainda, que o estímulo discriminativo tem essa função
por compartilhar propriedades com a classe
de estímulos que mantém uma relação funcional com a classe de respostas,
Apesar
de o seu efeito fortalecedor ser imediato e, em certa medida,
abrupto, o es- tímulo discriminativo tal como concebido pelo autor não rompe a continuidade e a regu- laridade do fluxo comportamental. Mudanças abruptas do fluxo comportamental, como aquelas tipicamente efetuadas por estímulos discriminativos, possuem esse aspecto por corresponderem a trocas de posições entre formas de respostas competitivas na hierar- quia momentânea de forças das respostas. De acordo com a formulação skinneriana, na base de uma ocorrência
de resposta existe sempre um processo complexo, contínuo e preciso de fortalecimento de todo o repertório comportamental que, em síntese, nunca deixa o organismo
abandonado à sua própria sorte, como se fosse um autômato total-
mente controlado pelas situações momentâneas, sem passado e sem história. Poderíamos falar, de forma quase
literária, que o passado se faz presente
por meio do estabelecimen-
to, historicamente situado, da possibilidade do presente imediato
fortalecer o compor-
tamento. Dessa maneira, um determinado estímulo discriminativo pode ser a fonte de
10) Um exemplo importante de controle discriminativo de enfraquecimento é o que Skinner (1957, pp. 178-179)
denomina de “audiência negativa”.
fortalecimento que faltava para que uma resposta passe a ser a mais forte no momento
e, efetivamente, ocorra. Nesse sentido, as mudanças de força efetuadas
por estímulos discriminativos
parecem abruptas porque tais variáveis
representam uma contribuição imediata e altamente específica, o que pode ser suficiente para estabelecer uma diferença
importante na constante competição de formas de respostas
disponíveis no repertório.
FORTALECIMENTO VERSUS REFORÇAMENTO
Devemos, por um momento,
determo-nos em uma importante questão
terminológica a respeito da distinção entre fortalecimento e reforçamento. Há uma aparente
ambigüidade na suposição da equivalência dos termos “reforçamento” e “fortalecimento”,
contra a qual se poderia enunciar, sucintamente, que aquele se refere
ao efeito do terceiro termo da contingência, enquanto esse se refere diretamente ao efeito do primeiro. A distinção,
no entanto, é sugestivamente mais sutil e complicada
e tais termos, muitas vezes, são
apresentados intercambiavelmente por Skinner (1953b/1965, p. 73, 82, 185; 1963, p.
505; 1974/1976, p. 44;
1979, p. 321).
O fato é que ambos os termos da contingência fortalecem a forma da resposta,
no sentido empregado pelo autor de aumento
da probabilidade, como deve ter ficado claro pelo que discutimos até o momento.
Mas há uma distinção que convém ressaltar,
a respeito do papel desempenhado por esses dois tipos de variáveis independentes apre- sentados por Skinner. O reforçador desempenha dois papéis, o de alterar e o de manter uma
relação comportamental (Ferster
& Skinner, 1957/1997, p. 01; Skinner, 1957, p.
01; 1979, p. 97; 1987, p. 87). Ele modifica a combinação, acrescentando ou retiran- do elementos, entre propriedades correlacionadas de estímulos e respostas
e, também, mantém correlações já existentes. O reforçamento,
em um
sentido restrito, estabelece (potencializa) fontes de força (estímulos discriminativos) e, em um sentido mais amplo e exato, também mantém as fontes de força já existentes (Skinner, 1932c, pp. 275-276;
1935b/1999, p. 527; 1957, p 30). Em uma palavra, diz-se
da criação e da manutenção do operante por meio do reforçamento.
A noção skinneriana de força fundamenta a análise experimental na busca por va- riáveis independentes do comportamento operante. Seguindo
essa concepção, todas as
variáveis independentes são fortalecedoras (ou enfraquecedoras), o
que inclui estímulos discriminativos e reforçadores (Skinner, 1953b/1965, p. 65), além de operações motiva- cionais e emocionais. Mas, como sabemos,
o estímulo reforçador, seguindo-se à respos-
ta, afeta a força de ocorrências comportamentais futuras, de classes
operantes às quais pertence a ocorrência seguida
do evento reforçador (Skinner, 1953b/1965, p. 64-65). Por outro lado, o estímulo discriminativo antecede a resposta,
e funciona aumentando a probabilidade de ocorrência
dessa resposta no presente. É nesse sentido que o estímulo
discriminativo fortalece a ocorrência comportamental.
O efeito do reforçamento é sobre classes,
enquanto o do fortalecimento
é sobre ocorrências. O reforçamento
fortalece (Skinner, 1938/1991, p. 61), mas apenas indire- tamente, por intermédio da potencialização dos estímulos discriminativos em fortalecer formas específicas de respostas. Considerar apenas esse seu efeito é equivocado, pois por
essa razão, não se leva em conta o importante
papel que desempenha na promoção da variabilidade comportamental: o processo de acréscimo ou subtração de proprieda-
des definidoras das classes operantes
responsável pela geração de repertórios
(Skinner,
1937/1999, p.
539).
Se o fortalecimento
corresponde ao aumento da probabilidade de uma forma de
resposta, temos que o fortalecimento pode ter como objeto a forma da resposta, envol- vendo cada uma das respostas, individualmente, enquanto o reforçamento, por outro lado, pode ter como objeto, apenas, o comportamento. É reforçada a relação entre as classes
de estímulos e de respostas, e não a ocorrência de uma das respostas de uma clas- se
operante. Por sua vez, é fortalecida uma determinada
forma de resposta e, portanto, um dos membros da referida classe de respostas, e, simultaneamente,
todos os outros membros da classe
operante. Outra forma de explicitar essa distinção skinneriana é dizer que reforçar
é fortalecer uma relação, ao passo que fortalecer é aumentar a probabilidade
de ocorrência.
Resumindo, o estímulo discriminativo, tal como definido por Skinner, diferencia-
se do
estímulo reforçador por vários aspectos.
Destaca-se, no entanto, o fato de que o estímulo reforçador modifica a força da relação entre classes,
enquanto o estímulo
dis- criminativo modifica a força dos elementos da classe de respostas. Ambos fortalecem,
no sentido de alterar positivamente a probabilidade, mas enquanto o estímulo reforçador opera sobre classes, via relação funcional entre classes de estímulos e de respostas, o estímulo
discriminativo opera sobre respostas.
VARIÁVEIS MOTIVACIONAIS E EMOCIONAIS
Outro conjunto de variáveis independentes considerado por Skinner, representado pelos tópicos de motivação e emoção (Skinner,
1938/1991, pp. 408-409; 1953a), refere-se
às variáveis que modificam
a força de grupos de respostas (Skinner, 1935b/1999, p. 528;
1938/1991, p. 23; 1979, p. 360),
alterando simultaneamente a probabilidade de ocorrên-
cia de diferentes classes operantes que correspondem, por seu turno, ao mesmo tipo de
conseqüências reforçadoras (Skinner, 1953b/1965, p. 143; 1957, p. 32, pp. 212-218). Pela semelhança de função, e por uma questão de conveniência, serão referidos ambos os
tipos de variáveis, motivacionais e emocionais, como “motivacionais”,
mas a
argu- mentação as considerará igualmente.
Ao tratar do papel das operações
motivacionais na explicação skinneriana poder- se-ia, de outra forma, dizer que tais variáveis
simplesmente alteram o potencial forta-
lecedor do grupo de estímulos discriminativos a elas relacionadas. Isso pareceria, con- tudo,
uma extrapolação desnecessária, ainda que não seja possível
a ocorrência de uma
resposta fortalecida por uma determinada operação motivacional
sem que um ou mais estímulos discriminativos, por pouco que fortaleçam, contribuam na determinação exata da sua forma. Esse fato
é facilmente constatado quando se lembra que, segundo
o autor, a unidade de análise é a contingência de três termos e, principalmente, quando se con- sidera que os estímulos
discriminativos determinam de maneira mais específica,
sutil e instantânea do que
as operações motivacionais (Skinner, 1979, p. 357, p. 360). Isso não
significa que para Skinner as variáveis motivacionais sejam desconsideradas na determi-
nação comportamental, mas é patente que elas se fazem presentes pelo tipo de determi- nação que desempenha o estímulo
reforçador para o repertório do indivíduo como um
todo, em termos de grupos,
e não de classes, de respostas11 (Skinner, 1938/1991, p. 408;
1953b/1965, p.
68).
Segundo Skinner, as variáveis motivacionais possuem um importante papel na de- terminação comportamental, principalmente quando
são decisivas no fortalecimento de uma
resposta. Estímulos discriminativos e operações motivacionais agem em coope- ração ao fortalecerem as formas de respostas. Skinner
trata a ambos os tipos
de va- riáveis como tendo os seus efeitos
sobre o presente
imediato do organismo, fortalecendo ocorrências, ao invés de relações,
comportamentais. Por isso, mesmo que identificar as
operações motivacionais não seja suficiente na
procura pela exata determinação do com-
portamento, trabalhar com essas variáveis
constitui um passo necessário na sua previsão e controle. Ao contribuírem com o papel fortalecedor dos estímulos discriminativos tais variáveis colaboram, necessariamente, para uma dada ocorrência. É preciso, portanto, distinguir claramente as funções diferentes das variáveis motivacionais e discriminati- vas, sob o ponto
de vista do sistema explicativo de B. F. Skinner.
Consideradas todas as variáveis que, de acordo
com o autor, são responsáveis pelo estado de força da resposta operante,
notamos que a noção de força sintetiza
os efei- tos convergentes das diferentes variáveis
independentes do comportamento. Ademais, a noção skinneriana de fortalecimento
serve como uma precaução constante
contra a descuidada afirmação de relações de causalidade absoluta
entre estímulos discriminati- vos e respostas (Skinner, 1953/1965, p. 62. A “causa”
de uma ocorrência é sempre uma
11) Podemos
explicitar um pouco mais esse argumento lembrando ao leitor que um mesmo tipo de estímulo refor- çador, alimento, por exemplo,
pode estar relacionado a uma diversidade de operantes. Dizemos,
assim, que o papel desse estímulo reforçador para o repertório é em termos de grupos
(várias classes), e não de classes, de respostas. É por isso que
a operação motivacional relacionada, privação
de alimento, fortalece
o mesmo grupo de respostas.
pluralidade de variáveis, dentre as quais uma constelação de estímulos (Skinner, 1987,
p.
141) e, ainda, operações motivacionais e emocionais12.
EFEITOS
DA MÚLTIPLA DETERMINAÇÃO SOBRE A FORÇA DE RESPOSTA
Ademais, tomado
sob uma perspectiva skinneriana, o fluxo comportamental é essen- cialmente determinado pelas relações entre estímulo
discriminativo, resposta e estímu-
lo reforçador que constituem a denominada contingência de reforçamento (Skinner,
1938/1991, p. 62). O lócus de ação
da contingência é, efetivamente, a força da resposta
(Skinner, 1947/1999, p. 354; 1987, p. 27). Os estímulos discriminativos, aliados às ope- rações motivacionais e emocionais, fortalecem a resposta e, suficientemente fortalecida,
a resposta ocorre e a relação operante
coloca-se, assim, a disposição dos efeitos do es- tímulo reforçador. Como vimos, segundo Skinner o estímulo reforçador marca a todo o momento
a relação entre estímulo
discriminativo e resposta
envolvidos na ocorrência
e constitui, assim, a relação de força entre as classes
e, efetivamente, as próprias classes
e, concomitantemente, as
propriedades definidoras de estímulos e de respostas operantes.
Se, por um lado, o estímulo
reforçador estabelece a força de uma relação,
por outro, o estímulo discriminativo a desencadeia, fortalecendo imediatamente a resposta
(Skin- ner, 1938/1991, p. 228). Segundo
o sistema explicativo skinneriano, ambos modificam a
probabilidade (fortalecem) a resposta. É provável que Skinner não tenha se preocupado em distinguir de maneira
mais explícita os processos de fortalecimento e de reforçamen- to por se ocupar, primordialmente, dos efeitos convergentes dos determinantes do fluxo
comportamental sobre a variável dependente enfocada que é a força da resposta
especifi- cada. O evidente entrelaçamento das variáveis independentes do comportamento naquilo que Skinner denomina “contingências de reforçamento” parece
ser uma razão suficiente para a suposição de uma completa homogeneização
dos seus correspondentes efeitos sobre
a freqüência da resposta. Todavia, distinguir o papel de cada um desses termos
nas relações presentes na contingência de reforçamento é essencial – caso contrário, por que falarmos de contingência de três
termos, ao invés de somente
dois, no caso do operante (Skinner, 1953b/1965, p. 85, 87)?
Ainda, segundo
Skinner, uma inspeção no registro cumulativo deve buscar a iden- tificação das variáveis responsáveis pelo fortalecimento de cada resposta. Seguindo
o pa- radigma skinneriano, focalizamos uma ocorrência de resposta: Qual a
história prévia de
12) Há outras variáveis
independentes identificadas por Skinner,
como a punição e o estímulo aversivo, por exem- plo. No entanto, Skinner
interpreta os efeitos
do estímulo aversivo
e da punição, e das outras variáveis independentes do
comportamento, em termos
daquelas apresentadas no presente texto.
Aliado ao espaço
restrito de que dispomos, tal fato
sugeriu aos autores o não tratamento dessas variáveis que se “reduzem” àquelas
apresentadas.
reforçamento responsável pelo estado de força
dessa resposta? Busca-se
a identificação de ocorrências
prévias da mesma forma de resposta seguidas
do estímulo reforçador.
Mais do que isso, deve-se ainda identificar a classe de estímulos discriminativos esta- belecida pelas ocorrências anteriores e, correspondentemente, um dos seus elementos servindo como fonte imediata
de fortalecimento.
Voltando à ocorrência em foco, identificamos agora a estimulação imediata
respon- sável pelo fortalecimento da resposta operante. Geralmente, nos registros cumulativos obtidos por Skinner, isso envolve a estimulação gerada pelas respostas do próprio or-
ganismo. Por exemplo, em Ferster e Skinner
(1957/1997) temos a resposta de bicar do pombo
e a estimulação gerada por esse bicar. Tal estimulação, inferida pelos autores a partir
de uma observação do comportamento apresentado, funciona, muitas
vezes, como estimulação discriminativa. A partir disso,
identifica-se a estimulação discriminativa contando as respostas que antecedem cada ocorrência (Ferster
& Skinner, 1957/1997, p.
40). O importante, segundo
Skinner, é focalizar uma ocorrência seguida
do estímulo re- forçador, pois a estimulação associada tem grandes possibilidades de fortalecer a mesma
forma de resposta em ocorrências futuras.
Complicando
um pouco a situação, temos que a estimulação fornecida
por cada resposta pode funcionar
também como estímulo reforçador condicionado, devido à sua associação com o reforçamento (Ferster & Skinner, p. 40). É possível,
ainda, que um mesmo
evento funcione como estímulo reforçador e discriminativo. Em ambos os casos,
tanto de respostas resultando em estimulação discriminativa, como de respostas
pro- duzindo estímulos reforçadores, é bastante provável
que, ao invés de respostas isoladas, aglomerados de respostas emitidas
com determinada freqüência, constituindo um padrão de
estimulação melhor associado
com o reforçamento, desempenhem tais funções, dis- criminativas e reforçadoras. Segundo Skinner, trata-se,
assim, de interpretar, no registro cumulativo obtido, a ocorrência de respostas isoladas
em função das variáveis direta- mente manipuladas pelo experimentador, mas também,
o papel desempenhado pelos
padrões de estimulação resultantes da taxa de respostas. Em uma palavra, o objetivo
é descobrir como cada resposta
é fortalecida a ponto
de ocorrer e se encaixar
exatamente em um determinado momento do fluxo comportamental e contribuir, precisamente, para o fortalecimento de outras respostas. Esse é, simplificadamente, o
procedimento padrão empregado na interpretação skinneriana das curvas típicas
obtidas com diferentes distri- buições de
estímulos reforçadores, arranjados sistematicamente por meio dos esquemas de reforçamento (Ferster & Skinner, 1957/1997).
No registro
cumulativo, principalmente
durante a sua interpretação, vemos que a cooperação entre funções discriminativas e reforçadoras é evidente em cada ocorrência da resposta. Esse é o modo como, segundo Skinner, as contingências de reforçamento trabalham no fortalecimento da resposta. É por isso que Skinner afirma que o ambiente determina a força da resposta
por meio das contingências de reforçamento, de relações
nais) e indiretas (estímulos
reforçadores). As contingências de reforçamento são, nesse
sentido preciso, as “propriedades” do ambiente que se revelam na sua interação com o
organismo.
Segundo Skinner, se desejarmos conceber
o registro cumulativo de um determina- do operante teremos, primeiramente, que definir uma forma de resposta cujas ocorrên-
cias serão representadas na curva (Skinner, 1966a, p. 213). É preciso,
portanto, que as classes de respostas e de estímulos
se definam por algumas poucas propriedades. Além
disso, é importante que tais eventos se definam de forma mais pontual,
ou discreta, possí- vel. Se desejarmos realizar, pelo menos de uma maneira
bastante aproximada, um recor- te interessante do fluxo comportamental – seremos obrigados a identificar uma resposta
emitida a quase todo momento
e, o que é mais importante, a possibilidade de tratar do fortalecimento de diferentes operantes em interação.
Segundo a perspectiva skinneriana, ao investigar as variáveis responsáveis pelo fortalecimento das formas
de respostas, visam-se
curvas regulares, que correspondam a regularidades, e que permitam uma inferência frutífera, no sentido de subsidiar a iden-
tificação de variáveis independentes relevantes para a previsão e o controle
do compor- tamento. A questão
que se coloca, nesse aspecto
da explicação oferecida
por Skinner é: De onde vem a possibilidade de se encontrar curvas regulares no registro cumulativo? Certamente do fortalecimento gradual
e contínuo de uma forma de resposta
correta- mente especificada. A
variação gradual da força observada
em curvas como as obtidas por Ferster e Skinner (1957/1997) é fruto da tensão de complexas
e diversificadas fon- tes
de fortalecimento de outras respostas. Nesse sentido, a forma da resposta constitui um movimento de força suave e contínuo, de uma unidade comportamental através
da complexidade composta de outras unidades de respostas competitivas. Evidentemente, se a força da
resposta concebida por Skinner depende,
consistentemente, da força com- petitiva de outras, e se o fluxo comportamental nunca cessa, temos que a curva tem uma
relação intrínseca com o desenvolvimento das forças de outras respostas no decorrer
do tempo. Se a curva pode ser regular, caso em que selecionamos
adequadamente as pro- priedades que definem as classes, é porque o processo, no nível das unidades comporta- mentais, é gradual
e contínuo.
Ainda assim, sob a perspectiva skinneriana, não teria muita utilidade,
mesmo se factível, uma representação
conjunta das ocorrências e forças de todas as respostas
de um repertório em um intervalo
considerável da história
individual. Em um sentido
prá- tico, mais importante do que apontar
o desenvolvimento das respostas cujas forças estão correlacionadas com a força da resposta
que enfocamos, é identificar as variáveis
inde- pendentes responsáveis por essas forças. A
razão que imediatamente se apresenta em apoio
a essa conclusão é que apenas essas
podem ser diretamente manipuladas, e não as
respostas. Segundo Skinner
(1953b/1965), é apenas
por meio de uma busca dirigida pela
identificação das variáveis independentes que se pode permitir a interpretação, previsão e controle de ocorrências isoladas de respostas. Ainda que, com o objetivo de precisão explicativa (Skinner, 1953b/1965, p. 13), tenhamos
sempre que considerar a existên- cia simultânea de uma miríade
de respostas com força no repertório, e correspondentes
variáveis independentes trabalhando, é necessário que em algum
ponto esses fatores possam ser abstraídos a guisa de uma classificação científica do comportamento e, con-
seqüentemente, de uma elaboração promissora de proposições explicativas do fenômeno
comportamental.
De acordo com a proposição skinneriana, a especificação de classes, guiada pela
verificação de regularidades, é um procedimento que visa captar, no fluxo comporta- mental, fontes de fortalecimento responsáveis por momentos
circunscritos do comporta- mento. Não é preciso negar, sob a perspectiva de Skinner, a continuidade do fenômeno
comportamental para dar a ele
um caráter mensurável e científico.
Mesmo assim, é fato
que o fluxo comportamental é recortado para ser tratado
de maneira científica e, portan-
to, mensurável (Skinner, 1947/1999, p. 351). Nesse
sentido, a mensuração da freqüência da resposta, tal como concebida
pelo autor, desempenha um importante papel,
científico, de subsidiar a formulação de proposições sobre a força da
resposta que permitam a pre- visão e o controle
de ocorrências comportamentais (Skinner, 1953b/1965, p. 32, 35, 63;
1987, p. 27).
Como vimos, segundo Skinner, a tendência
de ação, ou a força da resposta,
tal como enfocamos no presente texto, corresponde
ao dado básico da análise
comporta- mental (Skinner, 1938/1991, p. 86). Isso não significa
que a força da resposta seja dire-
tamente observada ou medida. Ao contrário, é apenas por meio de inferências realizadas a partir da observação
da freqüência de respostas que são formuladas
as proposições a respeito das forças de respostas especificadas (Skinner, 1938/1991, p. 110). Além disso, a
tendência de ação que usualmente
preocupa o cientista
corresponde, na realidade, a uma precisa combinação de forças atreladas à composição de unidades comportamentais constituintes da complexidade que naturalmente caracteriza o comportamento.
Identificar com exatidão
todas as variáveis
envolvidas no fortalecimento da respos- ta não é factível.
Sabe-se, no entanto,
quais os tipos
de processos responsáveis pela força da resposta
e a contribuição que cabe a cada um. Nesse ponto em particular, destaca-se
a distinção skinneriana entre fortalecimento direto,
de variáveis independentes atuando sobre ocorrências, e indireto, de variáveis independentes atuando sobre
classes compor- tamentais. Embora não esteja ao alcance do cientista a completa enumeração da miríade de fatores
responsáveis por aquilo que denominamos de “fluxo comportamental”, a su- posição de que o comportamento é o resultado preciso das contingências de reforçamen- to (Skinner, 1953b/1965, p. 06) faz com que a interpretação seja bastante consistente e produtiva.
para que seja abandonado
o programa de análise e interpretação comportamentais deli- neado por Skinner. Constatar que mesmo ações comuns das pessoas em seu cotidiano
sejam complexas e demandam um árduo trabalho de interpretação gera, naturalmente, um desconforto teórico.
Todavia, pelo menos segundo
a perspectiva skinneriana, a com- plexidade é um dos aspectos fundamentais do comportamento.
Desconsiderar a com- plexidade do fenômeno e abandonar, conseqüentemente, esse programa em favor de ex-
plicações mais confortáveis não resolve
o problema. Como diria Skinner
(1953b/1965), a questão é pragmática: ainda que tal programa seja de difícil
execução ele pode, ainda assim, mostrar-se como o melhor caminho para se encontrar
as soluções que há muito se
espera. Mesmo assim,
resta-nos questionar se tal programa
está sendo realizado pelos analistas do comportamento, permitindo, assim, o teste pragmático, ou se ele já foi desti-
tuído de aspectos essenciais ao programa skinneriano. Por exemplo, seria o abandono
do registro cumulativo (Skinner, 1976) um sintoma
desse processo? Ao invés de uma
dog- mática defesa de purismo teórico, tal questionamento deve funcionar como uma auto-
análise do referido empreendimento científico e permitir, assim, verificar
se o abandono de diretrizes skinnerianas deu-se por justificativas legítimas ou se foi uma conseqüência da dificuldade de estudo exibida pelo objeto de investigação que é o comportamento
individual.
Segundo Skinner,
o operante é uma unidade viva e sofre, por conta disso, alte-
rações incessantes. Por isso, o comportamento do organismo
como um todo não é com-
posto de unidades inalteráveis.
Em uma palavra, a força do operante,
relacionando-se intrinsecamente com a sua forma, a define por mais de um aspecto.
É justificável, por-
tanto, conceber cada operante envolvido
no comportamento dos organismos como co-
rrespondente a uma curva cumulativa, mesmo que isso não tenha
utilidade ou facticidade científica. Cada uma dessas curvas exibiria,
da mesma maneira que as curvas referentes
ao comportamento de outros animais ou outros comportamentos
menos bem estabele- cidos no repertório do mesmo indivíduo, os mesmos processos
comportamentais e os mesmos tipos de regularidade e de variabilidade. Se há uma estabilidade aparente das unidades operantes, uma espécie de inalterabilidade com o tempo, é por conta da relativa
constância das variáveis
que determinam tal unidade e também de uma desconsideração justificada das propriedades comportamentais circunstancialmente dispensáveis a uma abordagem mais prática do comportamento humano.
Segundo a perspectiva skinneriana, o organismo
não é uma máquina repetitiva, e é equivocado, portanto, deixar de consi- derar, por um momento sequer, que há necessariamente uma variabilidade inerente ao fluxo
comportamental.
Em certo sentido, a força da resposta, ocupando
posição central no sistema in- terpretativo skinneriano, não pode ser adequadamente entendida sem uma cuidadosa
consideração, e distinção,
dos processos que a determinam
e da complexidade compor-
tamental. Trata-se,
basicamente, de se buscar uma adequada
identificação das unidades
comportamentais dirigida, na execução do procedimento de análise experimental, pela identificação das regularidades e dos fatores
aos quais estão funcionalmente relacio- nadas. Vemos, com efeito, que o comportamento define-se mais como um processo do que como algo estático, mais como uma continuidade
do que como uma sucessão
de unidades discretas e independentes (Skinner, 1947/1999, p. 346; 1953b/1965, p. 15). As noções de força da resposta
e de fluxo comportamental funcionam, em igual parcela, como perspectivas indispensáveis na consideração do comportamento como tal processo e o registro cumulativo, por sua vez, como parte importante da solução skinneriana para a representação adequada dos dados
experimentalmente obtidos. Nesse ponto, cabe des-
tacar que o comportamento, segundo
a perspectiva skinneriana, é sempre um processo
contínuo e evanescente (Skinner, 1947/1999, p. 351, 352), mas que pode, ainda assim,
ser objeto de estudo científico de um programa
de análise e interpretação comporta- mental. Tal programa
preza, igualmente, pela precisão
teórica das suas interpretações e efetividade prática das
intervenções que nele se
baseiam (Skinner, 1953b/1965, p. 42).
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POSTADO POR HILTON CAIO VIEIRA-UFGD