segunda-feira, 17 de outubro de 2011

Sobre a noção de força da resposta no Behaviorismo Radical de B. F. Skinner ( 2º parte)




ESTÍMULO REFORÇADOR

O primeiro tipo de variável independente de que trataremos é o citado estímulo refo- rçador. Segundo Skinner, o estímulo reforçador, e os parâmetros que o caracterizam, al- teram a relação entre as classes de estímulos e de respostas operantes. A alteração efetua- da pelo estímulo reforçador é sempre positiva, levando a um aumento na probabilidade da relação entre as classes envolvidas mas também a possibilidade de uma alteração negativa correspondente, que ocorre devido às ocorrências em que o estímulo reforçador





está ausente, e que por isso são denominadas de ocorrências em extinção (Skinner, 1979, p. 148). Notamos, dessa maneira, que segundo a proposição skinneriana a distribuição de forças das respostas no repertório do organismo nunca é indiferente às suas ocorrências comportamentais. De acordo com o autor, cada ocorrência contribui para a modificação do repertório, seja aumentando ou diminuindo a relação de força entre as classes envol- vidas (Skinner, 1938/1991, p. 61). O reforçamento e a extinção podem ser considerados, portanto, como representando tais tipos de processos, e correspondendo, respectivamen- te, ao fortalecimento e ao enfraquecimento dessa relação funcional.
Em termos dos efeitos do reforçamento e da extinção, uma ocorrência comporta- mental tem, ainda, dois tipos de efeitos. Ao apresentar propriedades definidoras das clas- ses de estímulos e de respostas nas quais se inclui, uma ocorrência seguida do estímulo reforçador fortalece uma relação existente entre as classes. Por outro lado, ao apre- sentar propriedades não definidoras das classes envolvidas, uma ocorrência de resposta seguida do estímulo reforçador acrescenta propriedades definidoras para a relação entre as classes. De maneira análoga, ocorrências em extinção enfraquecem (Skinner, 1934, p.
234) ou, de maneira mais radical, eliminam (Skinner, 1957, p. 30) propriedades defini- doras da relação entre as classes de estímulos e de respostas. Resumindo, o reforçamento e a extinção podem alterar a força de relações existentes, efetuando uma mudança de grau, ou alterar a configuração das propriedades que definem as relações comportamen- tais, efetuando uma mudança de natureza (Skinner, 1987, p. 106).
De acordo com a formulação skinneriana, os estímulos e as respostas apresentam uma miríade de propriedades não relacionadas com a classe em foco (Skinner, 1932c, pp. 282-283; 1935a/1999, p. 506), e esse fato é a base para a ampla possibilidade de modificação das classes comportamentais resultantes das contingências de reforçamen- to. As classes de estímulos e de respostas, apesar de serem úteis na classificação dos complexos eventos comportamentais em termos das suas inter-relações, são deficitárias por não fornecerem todos os detalhes da variabilidade apresentada pelos seus elementos. Segundo Skinner, uma formulação científica do comportamento é interessante se for precisa (Skinner, 1947/1999, p. 347, 357). A utilização pelo autor da noção de classes de eventos não parece recomendar a formulação de explicações que tenham na falta de exa- tidão uma deficiência aceitável. Uma forma de se eliminar essa deficiência é considerar, com o subsídio da formulação skinneriana, a variabilidade como fruto da interação entre as diferentes classes comportamentais que empregaríamos na tentativa de abarcar o re- pertório individual como um todo. Ainda, seria temerário desconsiderar a possibilidade de sobreposições entre as diferentes classes comportamentais identificadas por meio da descrição de algumas poucas propriedades definidoras (Skinner 1935a/1999, p. 508).
O reforçamento é o processo fundador das relações comportamentais que Skinner denomina de “operantes.” Nesse sentido, o momento do reforçamento marca, em termos


(Skinner, 1953a, p. 71). Uma única ocorrência seguida de reforçamento pode ter, segun- do Skinner, efeitos drásticos na probabilidade da relação entre as classes de estímulos e de respostas correspondentes (Skinner, 1953b/1965, pp. 67-68, p. 87; 1937/1999, p. 542;
1932c, p. 281, p. 282; 1950, p. 216; 1953b/1965, pp. 67-68, 87; 1963, p. 512; 1979, p. 89, p. 96, p. 356). Pode haver um aumento instantâneo na força da resposta, podendo levá-la ao seu valor máximo (Skinner, 1938/1991, p. 69, 85). Por exemplo, uma única ocorrên- cia correlacionada com o estímulo reforçador é suficiente para que a inclinação de uma determinada curva no registro cumulativo mude consideravelmente, representando um aumento substancial na freqüência da resposta (Ferster & Skinner, 1957/1997). Skinner apóia essa conclusão em uma diversidade de evidências obtidas em laboratório com ratos (Skinner, 1932a, 1932b, 1932c, 1933a, 1933b, 1933c, 1933d, 1933e, 1938/1991) e pombos (Ferster & Skinner, 1957/1997) como sujeitos experimentais, mas também a in- fere de ocorrências cotidianas envolvendo seres humanos (Skinner, 1953b/1965, 1957):

A single reinforcement may have a considerable effect. Under good conditions the frequency of a response shifts from a prevailing low value to a stable high value
in a single abrupt step. More commonly we observe a substantial increase as the result of a single reinforcement, and additional increases from later reinfor- cements. The observation is not incompatible with the assumption of an instan- taneous change to a maximal probability, since we have by no means isolated a single operant. (...) there can be no faster learning than an instantaneous increa- se in probability of response. (Skinner, 1953b/1965, PP. 67-68)



ESTÍMULO DISCRIMINATIVO



O estímulo discriminativo, outro importante tipo de variável independente do com- portamento operante, modifica a probabilidade de ocorrência de formas de respostas e, portanto, as forças das respostas (Skinner, 1957, p. 82, p. 227; 1953b/1965, p. 205). O estímulo discriminativo, apresentando propriedades definidoras de determinada clas- se, fortalece os membros da classe de respostas funcionalmente relacionada (Skinner,
1938/1991, p. 197; 1957, p. 82, p. 115). O estímulo discriminativo também enfraquece formas de respostas, na medida em que fortalece formas de respostas competitivas (Skin-




9)  Explicitamos que a descrição dos eventos comportamentais em uma linguagem fisicalista não conduz neces- sariamente a qualquer tipo de compromisso ontológico como seria o caso do realismo, por exemplo.



ner, 1953b/1965, p. 189, p. 222; 1974/1976, p. 69; 1979, p. 195, p. 321). No entanto, é raro Skinner tratar dos estímulos discriminativos como fontes de controle enfraquece- dor10. O uso skinneriano mais comum é o de estímulo discriminativo como fortalecedor de respostas, ao invés de enfraquecedor. É por isso que adotaremos, efetivamente, o uso skinneriano do termo “estímulo discriminativo”, referindo-nos ao primeiro termo da contingência, unicamente como fortalecedor. Daquilo que discutimos até o momento, a respeito das peculiaridades do par de processos fortalecimento/enfraquecimento, é fácil vislumbrar como a restrição do uso de estímulo discriminativo pode ainda assim ser sufi- ciente na explicação do enfraquecimento concomitante de respostas sob uma perspectiva skinneriana.
O estímulo discriminativo age, usualmente, em combinação (Skinner, 1953b/1965, Cap. XIV; 1957, Cap. IX e X). sempre uma complexidade de estímulos discrimi- nativos correspondendo, individualmente, a diferentes classes de estímulos. Segundo Skinner, a relação da classe de respostas com uma diversidade de estímulos acaba sendo, efetivamente, a regra. Ainda, segundo o autor, o conjunto de estímulos discriminativos constitui a fonte imediata de fortalecimento da resposta. Embora as outras variáveis independentes do comportamento também sejam imprescindíveis no processo de fortale- cimento da resposta, o estímulo discriminativo diferencia-se pelo grau de especificidade na sua relação com a resposta. Em suma, o estímulo discriminativo fortalece as respostas pertencentes à classe. Sabe-se, ainda, que o estímulo discriminativo tem essa função por compartilhar propriedades com a classe de estímulos que mantém uma relação funcional com a classe de respostas,
Apesar de o seu efeito fortalecedor ser imediato e, em certa medida, abrupto, o es- tímulo discriminativo tal como concebido pelo autor não rompe a continuidade e a regu- laridade do fluxo comportamental. Mudanças abruptas do fluxo comportamental, como aquelas tipicamente efetuadas por estímulos discriminativos, possuem esse aspecto por corresponderem a trocas de posições entre formas de respostas competitivas na hierar- quia momentânea de forças das respostas. De acordo com a formulação skinneriana, na base de uma ocorrência de resposta existe sempre um processo complexo, contínuo e preciso de fortalecimento de todo o repertório comportamental que, em síntese, nunca deixa o organismo abandonado à sua própria sorte, como se fosse um autômato total- mente controlado pelas situações momentâneas, sem passado e sem história. Poderíamos falar, de forma quase literária, que o passado se faz presente por meio do estabelecimen- to, historicamente situado, da possibilidade do presente imediato fortalecer o compor- tamento. Dessa maneira, um determinado estímulo discriminativo pode ser a fonte de




10) Um exemplo importante de controle discriminativo de enfraquecimento é o que Skinner (1957, pp. 178-179)
denomina de “audiência negativa”.



fortalecimento que faltava para que uma resposta passe a ser a mais forte no momento e, efetivamente, ocorra. Nesse sentido, as mudanças de força efetuadas por estímulos discriminativos parecem abruptas porque tais variáveis representam uma contribuição imediata e altamente específica, o que pode ser suficiente para estabelecer uma diferença importante na constante competição de formas de respostas disponíveis no repertório.

FORTALECIMENTO VERSUS REFORÇAMENTO

Devemos, por um momento, determo-nos em uma importante questão terminológica a respeito da distinção entre fortalecimento e reforçamento. uma aparente ambigüidade na suposição da equivalência dos termos “reforçamento” e “fortalecimento”, contra a qual se poderia enunciar, sucintamente, que aquele se refere ao efeito do terceiro termo da contingência, enquanto esse se refere diretamente ao efeito do primeiro. A distinção, no entanto, é sugestivamente mais sutil e complicada e tais termos, muitas vezes, são apresentados intercambiavelmente por Skinner (1953b/1965, p. 73, 82, 185; 1963, p.
505; 1974/1976, p. 44; 1979, p. 321).
O fato é que ambos os termos da contingência fortalecem a forma da resposta, no sentido empregado pelo autor de aumento da probabilidade, como deve ter ficado claro pelo que discutimos até o momento. Mas uma distinção que convém ressaltar, a respeito do papel desempenhado por esses dois tipos de variáveis independentes apre- sentados por Skinner. O reforçador desempenha dois papéis, o de alterar e o de manter uma relação comportamental (Ferster & Skinner, 1957/1997, p. 01; Skinner, 1957, p.
01; 1979, p. 97; 1987, p. 87). Ele modifica a combinação, acrescentando ou retiran- do elementos, entre propriedades correlacionadas de estímulos e respostas e, também, mantém correlações existentes. O reforçamento, em um sentido restrito, estabelece (potencializa) fontes de força (estímulos discriminativos) e, em um sentido mais amplo e exato, também mantém as fontes de força existentes (Skinner, 1932c, pp. 275-276;
1935b/1999, p. 527; 1957, p 30). Em uma palavra, diz-se da criação e da manutenção do operante por meio do reforçamento.
A noção skinneriana de força fundamenta a análise experimental na busca por va- riáveis independentes do comportamento operante. Seguindo essa concepção, todas as variáveis independentes são fortalecedoras (ou enfraquecedoras), o que inclui estímulos discriminativos e reforçadores (Skinner, 1953b/1965, p. 65), além de operações motiva- cionais e emocionais. Mas, como sabemos, o estímulo reforçador, seguindo-se à respos- ta, afeta a força de ocorrências comportamentais futuras, de classes operantes às quais pertence a ocorrência seguida do evento reforçador (Skinner, 1953b/1965, p. 64-65). Por outro lado, o estímulo discriminativo antecede a resposta, e funciona aumentando a probabilidade de ocorrência dessa resposta no presente. É nesse sentido que o estímulo discriminativo fortalece a ocorrência comportamental.



O efeito do reforçamento é sobre classes, enquanto o do fortalecimento é sobre ocorrências. O reforçamento fortalece (Skinner, 1938/1991, p. 61), mas apenas indire- tamente, por intermédio da potencialização dos estímulos discriminativos em fortalecer formas específicas de respostas. Considerar apenas esse seu efeito é equivocado, pois por essa razão, não se leva em conta o importante papel que desempenha na promoção da variabilidade comportamental: o processo de acréscimo ou subtração de proprieda- des definidoras das classes operantes responsável pela geração de repertórios (Skinner,
1937/1999, p. 539).
Se o fortalecimento corresponde ao aumento da probabilidade de uma forma de resposta, temos que o fortalecimento pode ter como objeto a forma da resposta, envol- vendo cada uma das respostas, individualmente, enquanto o reforçamento, por outro lado, pode ter como objeto, apenas, o comportamento. É reforçada a relação entre as classes de estímulos e de respostas, e não a ocorrência de uma das respostas de uma clas- se operante. Por sua vez, é fortalecida uma determinada forma de resposta e, portanto, um dos membros da referida classe de respostas, e, simultaneamente, todos os outros membros da classe operante. Outra forma de explicitar essa distinção skinneriana é dizer que reforçar é fortalecer uma relação, ao passo que fortalecer é aumentar a probabilidade de ocorrência.
Resumindo, o estímulo discriminativo, tal como definido por Skinner, diferencia- se do estímulo reforçador por vários aspectos. Destaca-se, no entanto, o fato de que o estímulo reforçador modifica a força da relação entre classes, enquanto o estímulo dis- criminativo modifica a força dos elementos da classe de respostas. Ambos fortalecem, no sentido de alterar positivamente a probabilidade, mas enquanto o estímulo reforçador opera sobre classes, via relação funcional entre classes de estímulos e de respostas, o estímulo discriminativo opera sobre respostas.

VARIÁVEIS MOTIVACIONAIS E EMOCIONAIS

Outro conjunto de variáveis independentes considerado por Skinner, representado pelos tópicos de motivação e emoção (Skinner, 1938/1991, pp. 408-409; 1953a), refere-se às variáveis que modificam a força de grupos de respostas (Skinner, 1935b/1999, p. 528;
1938/1991, p. 23; 1979, p. 360), alterando simultaneamente a probabilidade de ocorrên- cia de diferentes classes operantes que correspondem, por seu turno, ao mesmo tipo de conseqüências reforçadoras (Skinner, 1953b/1965, p. 143; 1957, p. 32, pp. 212-218). Pela semelhança de função, e por uma questão de conveniência, serão referidos ambos os tipos de variáveis, motivacionais e emocionais, como “motivacionais”, mas a argu- mentação as considerará igualmente.
Ao tratar do papel das operações motivacionais na explicação skinneriana poder- se-ia, de outra forma, dizer que tais variáveis simplesmente alteram o potencial forta-



lecedor do grupo de estímulos discriminativos a elas relacionadas. Isso pareceria, con- tudo, uma extrapolação desnecessária, ainda que não seja possível a ocorrência de uma resposta fortalecida por uma determinada operação motivacional sem que um ou mais estímulos discriminativos, por pouco que fortaleçam, contribuam na determinação exata da sua forma. Esse fato é facilmente constatado quando se lembra que, segundo o autor, a unidade de análise é a contingência de três termos e, principalmente, quando se con- sidera que os estímulos discriminativos determinam de maneira mais específica, sutil e instantânea do que as operações motivacionais (Skinner, 1979, p. 357, p. 360). Isso não significa que para Skinner as variáveis motivacionais sejam desconsideradas na determi- nação comportamental, mas é patente que elas se fazem presentes pelo tipo de determi- nação que desempenha o estímulo reforçador para o repertório do indivíduo como um todo, em termos de grupos, e não de classes, de respostas11 (Skinner, 1938/1991, p. 408;
1953b/1965, p. 68).
Segundo Skinner, as variáveis motivacionais possuem um importante papel na de- terminação comportamental, principalmente quando são decisivas no fortalecimento de uma resposta. Estímulos discriminativos e operações motivacionais agem em coope- ração ao fortalecerem as formas de respostas. Skinner trata a ambos os tipos de va- riáveis como tendo os seus efeitos sobre o presente imediato do organismo, fortalecendo ocorrências, ao invés de relações, comportamentais. Por isso, mesmo que identificar as operações motivacionais não seja suficiente na procura pela exata determinação do com- portamento, trabalhar com essas variáveis constitui um passo necessário na sua previsão e controle. Ao contribuírem com o papel fortalecedor dos estímulos discriminativos tais variáveis colaboram, necessariamente, para uma dada ocorrência. É preciso, portanto, distinguir claramente as funções diferentes das variáveis motivacionais e discriminati- vas, sob o ponto de vista do sistema explicativo de B. F. Skinner.
Consideradas todas as variáveis que, de acordo com o autor, são responsáveis pelo estado de força da resposta operante, notamos que a noção de força sintetiza os efei- tos convergentes das diferentes variáveis independentes do comportamento. Ademais, a noção skinneriana de fortalecimento serve como uma precaução constante contra a descuidada afirmação de relações de causalidade absoluta entre estímulos discriminati- vos e respostas (Skinner, 1953/1965, p. 62. A “causa” de uma ocorrência é sempre uma







11) Podemos explicitar um pouco mais esse argumento lembrando ao leitor que um mesmo tipo de estímulo refor- çador, alimento, por exemplo, pode estar relacionado a uma diversidade de operantes. Dizemos, assim, que o papel desse estímulo reforçador para o repertório é em termos de grupos (várias classes), e não de classes, de respostas. É por isso que a operação motivacional relacionada, privação de alimento, fortalece o mesmo grupo de respostas.



pluralidade de variáveis, dentre as quais uma constelação de estímulos (Skinner, 1987, p.
141) e, ainda, operações motivacionais e emocionais12.

EFEITOS DA MÚLTIPLA DETERMINAÇÃO SOBRE A FORÇA DE RESPOSTA

Ademais, tomado sob uma perspectiva skinneriana, o fluxo comportamental é essen- cialmente determinado pelas relações entre estímulo discriminativo, resposta e estímu- lo reforçador que constituem a denominada contingência de reforçamento (Skinner,
1938/1991, p. 62). O lócus de ação da contingência é, efetivamente, a força da resposta (Skinner, 1947/1999, p. 354; 1987, p. 27). Os estímulos discriminativos, aliados às ope- rações motivacionais e emocionais, fortalecem a resposta e, suficientemente fortalecida, a resposta ocorre e a relação operante coloca-se, assim, a disposição dos efeitos do es- tímulo reforçador. Como vimos, segundo Skinner o estímulo reforçador marca a todo o momento a relação entre estímulo discriminativo e resposta envolvidos na ocorrência e constitui, assim, a relação de força entre as classes e, efetivamente, as próprias classes e, concomitantemente, as propriedades definidoras de estímulos e de respostas operantes.
Se, por um lado, o estímulo reforçador estabelece a força de uma relação, por outro, o estímulo discriminativo a desencadeia, fortalecendo imediatamente a resposta (Skin- ner, 1938/1991, p. 228). Segundo o sistema explicativo skinneriano, ambos modificam a probabilidade (fortalecem) a resposta. É provável que Skinner não tenha se preocupado em distinguir de maneira mais explícita os processos de fortalecimento e de reforçamen- to por se ocupar, primordialmente, dos efeitos convergentes dos determinantes do fluxo comportamental sobre a variável dependente enfocada que é a força da resposta especifi- cada. O evidente entrelaçamento das variáveis independentes do comportamento naquilo que Skinner denomina “contingências de reforçamento” parece ser uma razão suficiente para a suposição de uma completa homogeneização dos seus correspondentes efeitos sobre a freqüência da resposta. Todavia, distinguir o papel de cada um desses termos nas relações presentes na contingência de reforçamento é essencial caso contrário, por que falarmos de contingência de três termos, ao invés de somente dois, no caso do operante (Skinner, 1953b/1965, p. 85, 87)?
Ainda, segundo Skinner, uma inspeção no registro cumulativo deve buscar a iden- tificação das variáveis responsáveis pelo fortalecimento de cada resposta. Seguindo o pa- radigma skinneriano, focalizamos uma ocorrência de resposta: Qual a história prévia de



12) outras variáveis independentes identificadas por Skinner, como a punição e o estímulo aversivo, por exem- plo. No entanto, Skinner interpreta os efeitos do estímulo aversivo e da punição, e das outras variáveis independentes do comportamento, em termos daquelas apresentadas no presente texto. Aliado ao espaço restrito de que dispomos, tal fato sugeriu aos autores o não tratamento dessas variáveis que se “reduzem” àquelas apresentadas.



reforçamento responsável pelo estado de força dessa resposta? Busca-se a identificação de ocorrências prévias da mesma forma de resposta seguidas do estímulo reforçador. Mais do que isso, deve-se ainda identificar a classe de estímulos discriminativos esta- belecida pelas ocorrências anteriores e, correspondentemente, um dos seus elementos servindo como fonte imediata de fortalecimento.
Voltando à ocorrência em foco, identificamos agora a estimulação imediata respon- sável pelo fortalecimento da resposta operante. Geralmente, nos registros cumulativos obtidos por Skinner, isso envolve a estimulação gerada pelas respostas do próprio or- ganismo. Por exemplo, em Ferster e Skinner (1957/1997) temos a resposta de bicar do pombo e a estimulação gerada por esse bicar. Tal estimulação, inferida pelos autores a partir de uma observação do comportamento apresentado, funciona, muitas vezes, como estimulação discriminativa. A partir disso, identifica-se a estimulação discriminativa contando as respostas que antecedem cada ocorrência (Ferster & Skinner, 1957/1997, p.
40). O importante, segundo Skinner, é focalizar uma ocorrência seguida do estímulo re- forçador, pois a estimulação associada tem grandes possibilidades de fortalecer a mesma forma de resposta em ocorrências futuras.
Complicando um pouco a situação, temos que a estimulação fornecida por cada resposta pode funcionar também como estímulo reforçador condicionado, devido à sua associação com o reforçamento (Ferster & Skinner, p. 40). É possível, ainda, que um mesmo evento funcione como estímulo reforçador e discriminativo. Em ambos os casos, tanto de respostas resultando em estimulação discriminativa, como de respostas pro- duzindo estímulos reforçadores, é bastante provável que, ao invés de respostas isoladas, aglomerados de respostas emitidas com determinada freqüência, constituindo um padrão de estimulação melhor associado com o reforçamento, desempenhem tais funções, dis- criminativas e reforçadoras. Segundo Skinner, trata-se, assim, de interpretar, no registro cumulativo obtido, a ocorrência de respostas isoladas em função das variáveis direta- mente manipuladas pelo experimentador, mas também, o papel desempenhado pelos padrões de estimulação resultantes da taxa de respostas. Em uma palavra, o objetivo é descobrir como cada resposta é fortalecida a ponto de ocorrer e se encaixar exatamente em um determinado momento do fluxo comportamental e contribuir, precisamente, para o fortalecimento de outras respostas. Esse é, simplificadamente, o procedimento padrão empregado na interpretação skinneriana das curvas típicas obtidas com diferentes distri- buições de estímulos reforçadores, arranjados sistematicamente por meio dos esquemas de reforçamento (Ferster & Skinner, 1957/1997).
No registro cumulativo, principalmente durante a sua interpretação, vemos que a cooperação entre funções discriminativas e reforçadoras é evidente em cada ocorrência da resposta. Esse é o modo como, segundo Skinner, as contingências de reforçamento trabalham no fortalecimento da resposta. É por isso que Skinner afirma que o ambiente determina a força da resposta por meio das contingências de reforçamento, de relações


nais) e indiretas (estímulos reforçadores). As contingências de reforçamento são, nesse sentido preciso, as “propriedades” do ambiente que se revelam na sua interação com o organismo.
Segundo Skinner, se desejarmos conceber o registro cumulativo de um determina- do operante teremos, primeiramente, que definir uma forma de resposta cujas ocorrên- cias serão representadas na curva (Skinner, 1966a, p. 213). É preciso, portanto, que as classes de respostas e de estímulos se definam por algumas poucas propriedades. Além disso, é importante que tais eventos se definam de forma mais pontual, ou discreta, possí- vel. Se desejarmos realizar, pelo menos de uma maneira bastante aproximada, um recor- te interessante do fluxo comportamental seremos obrigados a identificar uma resposta emitida a quase todo momento e, o que é mais importante, a possibilidade de tratar do fortalecimento de diferentes operantes em interação.
Segundo a perspectiva skinneriana, ao investigar as variáveis responsáveis pelo fortalecimento das formas de respostas, visam-se curvas regulares, que correspondam a regularidades, e que permitam uma inferência frutífera, no sentido de subsidiar a iden- tificação de variáveis independentes relevantes para a previsão e o controle do compor- tamento. A questão que se coloca, nesse aspecto da explicação oferecida por Skinner é: De onde vem a possibilidade de se encontrar curvas regulares no registro cumulativo? Certamente do fortalecimento gradual e contínuo de uma forma de resposta correta- mente especificada. A variação gradual da força observada em curvas como as obtidas por Ferster e Skinner (1957/1997) é fruto da tensão de complexas e diversificadas fon- tes de fortalecimento de outras respostas. Nesse sentido, a forma da resposta constitui um movimento de força suave e contínuo, de uma unidade comportamental através da complexidade composta de outras unidades de respostas competitivas. Evidentemente, se a força da resposta concebida por Skinner depende, consistentemente, da força com- petitiva de outras, e se o fluxo comportamental nunca cessa, temos que a curva tem uma relação intrínseca com o desenvolvimento das forças de outras respostas no decorrer do tempo. Se a curva pode ser regular, caso em que selecionamos adequadamente as pro- priedades que definem as classes, é porque o processo, no nível das unidades comporta- mentais, é gradual e contínuo.
Ainda assim, sob a perspectiva skinneriana, não teria muita utilidade, mesmo se factível, uma representação conjunta das ocorrências e forças de todas as respostas de um repertório em um intervalo considerável da história individual. Em um sentido prá- tico, mais importante do que apontar o desenvolvimento das respostas cujas forças estão correlacionadas com a força da resposta que enfocamos, é identificar as variáveis inde- pendentes responsáveis por essas forças. A razão que imediatamente se apresenta em apoio a essa conclusão é que apenas essas podem ser diretamente manipuladas, e não as respostas. Segundo Skinner (1953b/1965), é apenas por meio de uma busca dirigida pela



identificação das variáveis independentes que se pode permitir a interpretação, previsão e controle de ocorrências isoladas de respostas. Ainda que, com o objetivo de precisão explicativa (Skinner, 1953b/1965, p. 13), tenhamos sempre que considerar a existên- cia simultânea de uma miríade de respostas com força no repertório, e correspondentes variáveis independentes trabalhando, é necessário que em algum ponto esses fatores possam ser abstraídos a guisa de uma classificação científica do comportamento e, con- seqüentemente, de uma elaboração promissora de proposições explicativas do fenômeno comportamental.
De acordo com a proposição skinneriana, a especificação de classes, guiada pela verificação de regularidades, é um procedimento que visa captar, no fluxo comporta- mental, fontes de fortalecimento responsáveis por momentos circunscritos do comporta- mento. Não é preciso negar, sob a perspectiva de Skinner, a continuidade do fenômeno comportamental para dar a ele um caráter mensurável e científico. Mesmo assim, é fato que o fluxo comportamental é recortado para ser tratado de maneira científica e, portan- to, mensurável (Skinner, 1947/1999, p. 351). Nesse sentido, a mensuração da freqüência da resposta, tal como concebida pelo autor, desempenha um importante papel, científico, de subsidiar a formulação de proposições sobre a força da resposta que permitam a pre- visão e o controle de ocorrências comportamentais (Skinner, 1953b/1965, p. 32, 35, 63;
1987, p. 27).
Como vimos, segundo Skinner, a tendência de ação, ou a força da resposta, tal como enfocamos no presente texto, corresponde ao dado básico da análise comporta- mental (Skinner, 1938/1991, p. 86). Isso não significa que a força da resposta seja dire- tamente observada ou medida. Ao contrário, é apenas por meio de inferências realizadas a partir da observação da freqüência de respostas que são formuladas as proposições a respeito das forças de respostas especificadas (Skinner, 1938/1991, p. 110). Além disso, a tendência de ação que usualmente preocupa o cientista corresponde, na realidade, a uma precisa combinação de forças atreladas à composição de unidades comportamentais constituintes da complexidade que naturalmente caracteriza o comportamento.
Identificar com exatidão todas as variáveis envolvidas no fortalecimento da respos- ta não é factível. Sabe-se, no entanto, quais os tipos de processos responsáveis pela força da resposta e a contribuição que cabe a cada um. Nesse ponto em particular, destaca-se a distinção skinneriana entre fortalecimento direto, de variáveis independentes atuando sobre ocorrências, e indireto, de variáveis independentes atuando sobre classes compor- tamentais. Embora não esteja ao alcance do cientista a completa enumeração da miríade de fatores responsáveis por aquilo que denominamos de “fluxo comportamental”, a su- posição de que o comportamento é o resultado preciso das contingências de reforçamen- to (Skinner, 1953b/1965, p. 06) faz com que a interpretação seja bastante consistente e produtiva.


para que seja abandonado o programa de análise e interpretação comportamentais deli- neado por Skinner. Constatar que mesmo ações comuns das pessoas em seu cotidiano sejam complexas e demandam um árduo trabalho de interpretação gera, naturalmente, um desconforto teórico. Todavia, pelo menos segundo a perspectiva skinneriana, a com- plexidade é um dos aspectos fundamentais do comportamento. Desconsiderar a com- plexidade do fenômeno e abandonar, conseqüentemente, esse programa em favor de ex- plicações mais confortáveis não resolve o problema. Como diria Skinner (1953b/1965), a questão é pragmática: ainda que tal programa seja de difícil execução ele pode, ainda assim, mostrar-se como o melhor caminho para se encontrar as soluções que muito se espera. Mesmo assim, resta-nos questionar se tal programa está sendo realizado pelos analistas do comportamento, permitindo, assim, o teste pragmático, ou se ele foi desti- tuído de aspectos essenciais ao programa skinneriano. Por exemplo, seria o abandono do registro cumulativo (Skinner, 1976) um sintoma desse processo? Ao invés de uma dog- mática defesa de purismo teórico, tal questionamento deve funcionar como uma auto- análise do referido empreendimento científico e permitir, assim, verificar se o abandono de diretrizes skinnerianas deu-se por justificativas legítimas ou se foi uma conseqüência da dificuldade de estudo exibida pelo objeto de investigação que é o comportamento individual.
Segundo Skinner, o operante é uma unidade viva e sofre, por conta disso, alte- rações incessantes. Por isso, o comportamento do organismo como um todo não é com- posto de unidades inalteráveis. Em uma palavra, a força do operante, relacionando-se intrinsecamente com a sua forma, a define por mais de um aspecto. É justificável, por- tanto, conceber cada operante envolvido no comportamento dos organismos como co- rrespondente a uma curva cumulativa, mesmo que isso não tenha utilidade ou facticidade científica. Cada uma dessas curvas exibiria, da mesma maneira que as curvas referentes ao comportamento de outros animais ou outros comportamentos menos bem estabele- cidos no repertório do mesmo indivíduo, os mesmos processos comportamentais e os mesmos tipos de regularidade e de variabilidade. Se uma estabilidade aparente das unidades operantes, uma espécie de inalterabilidade com o tempo, é por conta da relativa constância das variáveis que determinam tal unidade e também de uma desconsideração justificada das propriedades comportamentais circunstancialmente dispensáveis a uma abordagem mais prática do comportamento humano. Segundo a perspectiva skinneriana, o organismo não é uma máquina repetitiva, e é equivocado, portanto, deixar de consi- derar, por um momento sequer, que necessariamente uma variabilidade inerente ao fluxo comportamental.
Em certo sentido, a força da resposta, ocupando posição central no sistema in- terpretativo skinneriano, não pode ser adequadamente entendida sem uma cuidadosa consideração, e distinção, dos processos que a determinam e da complexidade compor-



tamental. Trata-se, basicamente, de se buscar uma adequada identificação das unidades comportamentais dirigida, na execução do procedimento de análise experimental, pela identificação das regularidades e dos fatores aos quais estão funcionalmente relacio- nadas. Vemos, com efeito, que o comportamento define-se mais como um processo do que como algo estático, mais como uma continuidade do que como uma sucessão de unidades discretas e independentes (Skinner, 1947/1999, p. 346; 1953b/1965, p. 15). As noções de força da resposta e de fluxo comportamental funcionam, em igual parcela, como perspectivas indispensáveis na consideração do comportamento como tal processo e o registro cumulativo, por sua vez, como parte importante da solução skinneriana para a representação adequada dos dados experimentalmente obtidos. Nesse ponto, cabe des- tacar que o comportamento, segundo a perspectiva skinneriana, é sempre um processo contínuo e evanescente (Skinner, 1947/1999, p. 351, 352), mas que pode, ainda assim, ser objeto de estudo científico de um programa de análise e interpretação comporta- mental. Tal programa preza, igualmente, pela precisão teórica das suas interpretações e efetividade prática das intervenções que nele se baseiam (Skinner, 1953b/1965, p. 42).

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

Abib, J. A. D. (1996). Epistemologia, transdisciplinaridade e método. Psicologia: Teoria e Pesquisa, 12,
219-229.
Ferster, C. B., & Skinner, B. F. (1957/1997). Schedules of reinforcement. Acton, Massachusetts: Copley
Publishing Group.
Hefferline, R. F. (1947). Copy of notes by Ralph F. Hefferline on verbal behavior course given by B.F. Skin- ner at Columbia University, Summer 1947.
Herrnstein, R. (1970). On the law of effect. Journal of the Experimental Analysis of Behavior, 13, pp. 243-
266.
James, W. (1890). The Principles of Psychology. ed. George A. Miller, Harvard University Press, 1983. Migler, B. (1964). Effects of averaging data during stimulus generalization. Journal of the Experimental
Analysis of Behavior, 7 (4), pp. 303-307.
Migler, B., & Millenson, J. R. (1964). Analysis of response rates during stimulus generalization. Journal of the Experimental Analysis of Behavior, 12 (1), pp. 81-87.
Nevin, A. (1974). Response strength in multiple schedules. Journal of the Experimental Analysis of Beha- vior, 21, pp. 389-408.
Schoenfeld, W. N, & Farmer, J. (1970). Reinforcement schedules and the “behavior stream.” In: Schoen- feld W.N, editor. The theory of reinforcement schedules. New York: Appleton-Century-Crofts; pp.
215–245.
Skinner, B. F. (1930). On the conditions of elicitation of certain eating reflexes. Proceedings of the Academy of Sciences, 16 (6), pp. 433-438.
Skinner, B. F. (1931/1999). The concept of the reflex in the description of behavior. In: V. G. Laties & A.
C. Catania (Eds.). Cumulative record: definitive edition (pp. 475-503). Acton, Massachusetts: Copley
Publishing Group.
Skinner, B. F. (1932a). Drive and reflex strength. Journal of General Psychology, 6, p. 22-37. Skinner, B. F. (1932b). Drive and reflex strength II. Journal of General Psychology, 6, p. 38-48.



Skinner, B. F. (1932c). On the rate of formation of a conditioned reflex. Journal of General Psychology, 7, pp. 274-286.
Skinner, B. F. (1933a). On the rate of extinction of a conditioned reflex. Journal of General Psychology, 8, pp. 114-129.
Skinner, B. F. (1933b). The measurement of ‘spontaneous activity’. Journal of General Psychology, 9, pp.
3-23.
Skinner, B. F. (1933c). The rate of establishment of a discrimination. Journal of General Psychology, 9, pp.
302-350.
Skinner, B. F. (1933d). ‘Resistance to extinction’ in the process of conditioning. Journal of General Psycho- logy, 9, p. 420-429.
Skinner, B. F. (1933e). The abolishment of a discrimination. Proceedings of the National Academy of Scien- ces, 19, p. 825-828.
Skinner, B. F. (1934). The extinction of chained reflexes. Proceedings of the National Academy of Sciences,
20 (4), pp. 234-237.
Skinner, B. F. (1935a/1999). The generic nature of concepts of stimulus and response. In: V. G. Laties & A. C. Catania (Eds.). Cumulative Record: Definitive Edition (pp. 504-524). Acton, Massachusetts: Copley Publishing Group.
Skinner, B. F. (1935b/1999). Two types of conditioned reflex and a pseudo-type. In: V. G. Laties & A. C.
Catania (Eds.). Cumulative Record: Definitive Edition (pp. 525-534). Acton, Massachusetts: Copley
Publishing Group.
Skinner, B. F. (1937/1999). Two types of conditioned reflex: a reply to Konorski and Miller. In: V. G. Laties
& A. C. Catania (Eds.). Cumulative Record: Definitive Edition (pp. 535-543). Acton, Massachusetts: Copley Publishing Group.
Skinner, B. F. (1938/1991). The behavior of organisms: an experimental analysis. Acton, Massachusetts: Copley Publishing Group.
Skinner, B. F. (1947/1999). Current trends in experimental psychology. In: V. G. Laties & A. C. Cata- nia (Eds.). Cumulative Record: Definitive Edition (pp. 341-359). Acton, Massachusetts: Copley Pu- blishing Group.
Skinner, B. F. (1950). Are theories of learning necessary? Psychological Review, 57 (4), pp. 193-216. Skinner, B. F. (1953a). Some contributions of an experimental analysis of behavior to psychology as a who-
le. American Psychologist, 8, pp. 69-78.
Skinner, B. F. (1953b/1965). Science and human behavior. New York: The Free Press.
Skinner, B. F. (1955). The control of human behavior. Transactions of the New York Academy of Sciences,
17(7), p.547-551.
Skinner, B. F. (1956). Some issues concerning the control of human behavior: a symposium. Science, 124, p.1057-1066.
Skinner, B. F. (1957). Verbal behavior. New York: Appleton-Century-Crofts. Skinner, B. F. (1961). The design of cultures. Daedalus, 90 (3), p.534-546.
Skinner, B. F. (1963). Operant behavior. American Psychologist, 18 (7), pp. 503-515.
Skinner, B. F. (1966a). What is the experimental analysis of behavior? Journal of the Experimental Analysis of Behavior, 9 (3), pp. 213-218.
Skinner, B. F. (1966b). An operant analysis of problem solving. In: B. Kleinmuntz (ed.) Problem solving:
research, method, and theory. New York: John Wiley & Sons, Inc., p.225-257. Skinner, B. F. (1968). The technology of teaching. New York: Appleton-Century-Crofts.
Skinner, B. F. (1969). Contingencies of reinforcement: a theoretical analysis. New York: Appleton-Century- Crofts.



Skinner, B. F. (1974/1976). About behaviorism. New York: Vintage Books.
Skinner, B. F. (1976). Farewell my lovely! Journal of the Experimental Analysis of Behavior, 25, p. 218. Skinner, B. F. (1979). The shaping of a behaviorist: part two of an autobiography. NY: Alfred. A. Knopf. Skinner, B. F. (1983). A matter of consequences. New York: Alfred A. Knopf.
Skinner, B. F. (1987). Upon further reflection. Englewood Cliffs, New Jersey: Prentice-Hall.
Stoddard, L. T., & Sidman, M. (1971). The removal and restoration of stimulus control. Journal of the Ex- perimental Analysis of Behavior, 7(4), pp. 303-307.




POSTADO POR HILTON CAIO VIEIRA-UFGD