Preste atenção nessa imagem, o que você vê?
O que está implícito na imagem e que foi facilmente identificado (percebido) por você, faz parte de um conceito conhecido como “GENERALIZAÇAO”.
“Uma resposta adquirida numa situação não precisará ser reaprendida em situações similares e a tendência do comportamento é a “generalização”. Assim, na “generalização de estímulos”, um estímulo controla uma resposta em razão do reforço em situações onde estão presentes estímulos diferentes, porém, similares.” REESE (1975). Assim, a foto e arranjos das “FRUTAS” da propaganda são estímulos, que através do processo de generalização arremete o individuo ao conceito de formas humanas já aprendidas.
Livro:
disponível na biblioteca da UFGD.
(2004) me oferecem a oportunidade de escrever sobre o sucesso continuado deste
livro entre nós.
Fred S. KeIIer veio ao Brasil em 1961 como um Fulbright Scholar para ensinar
durante um ano como professor visitante na Universidade de São Paulo. O que
aconteceu antes e depois dessa viagem está fartamente documentado (e.g., Keller,
1968, 1971, 1982, 1987; Bori, 1996; Gorayeb, 1996; Guilhardi & Madi, 1996;
Kerbauy, 1983; Matos, 1996; Pessotti, 1996; J. C. Todorov, 1990, 1996, 2003; M. S.
R. Todorov, 1995, 1997; Zannon, 1996; Zannon & Bori, 1996).
O sucesso de seu trabalho levou ao convite de um segundo Fulbright Scholar, John
Gilmour (Gil) Sherman, na época um jovem PhD da Universidade de Columbia. Gil
Sherman, Keller, Carolina Martuscelli Bori e Rodolpho Azzi, convidados pela
Universidade de Brasília, planejaram e começaram a implantar o curso de
psicologia da UnB, incluindo o desenvolvimento e a aplicação do Sistema
Personalizado de Ensino-PSI (Keller, 1968, 1982, 1987). Em março de 1963, os
planos para um departamento de psicologia em Brasília foram discutidos com Keller
quando terminasse minhas obrigações com Columbia. Continuei a ensinar da
maneira tradicional por mais um semestre. Entretanto, foi muito difícil pensar em
qualquer coisa exceto Brasília e nossas operações futuras a serem desenvolvidas
lá.” (Keller, 1971).
A introdução à análise experimental do comportamento foi planejada como um
curso de dois semestres. O primeiro semestre era basicamente o curso como
originalmente planejado por Fred Keller e W. N. Schoenfeld na Universidade de
Columbia, usando o K&S como texto. O curso foi adaptado para um sistema
personalizado de ensino por Keller e Gil Sherman e testado naquela universidade
em 1963. O PSI foi, a seguir, completamente desenvolvido pelos quatro autores que
discutiram em Nova lorque a idéia original e começou a ser implantado na
Universidade de Brasília em agosto de 1964. O segundo semestre do curso
introdutório, o IAEC 2, incluía apenas leituras, demonstrações e experimentos
relacionados ao comportamento humano, com traduções para o português de
alguns dos primeiros (e agora clássicos) trabalhos de análise experimental do
comportamento humano. Entre esses, estavam os estudos de Greenspoon sobre
comportamento verbal (Greenspoon, 1955), o condicionamento de respostas
textuais (Staats, Staats, Schultz, & Wolf, 1962), o uso de fichas como reforçadores
(Ayllon & Michael, 1959), e trechos de Experimental foundations of clinical
psychology (Bachrach, 1962).
Juntei-me ao grupo em janeiro de 1963 como instrutor (auxiliar de ensino), por
convite a mim transmitido por Gil Sherman. Enquanto ainda estávamos em São
Paulo meus deveres incluíam a tradução de material a ser usado no curso em
Brasília. Science and Human Behavior foi parte desse material. Eu traduzia os
textos e os passava para Rodolpho Azzi, tradutor experimentado, que fazia a
revisão. Ciência e Comportamento Humano estava pronto no final de 1964, usando
os termos técnicos anteriormente traduzidos e publicados no Journal of the
Experimental Analysis of Behavior (Azzi, Rocha e Silva, Bori, Fix, & Keller, 1963),
uma das muitas iniciativas de Keller em seu primeiro ano no Brasil. A tradução foi
um trabalho fascinante para um aluno recém saído da graduação. O livro cobre a
maior parte do campo da psicologia com o qual eu tinha tido contato, através de
diferentes linguagens teóricas, durante meu curso na USP.
Ciência e Comportamento Humano foi minha última contribuição para o curso de
introdução à análise experimental do comportamento na UnB, porque de janeiro a
julho de 1965 me dediquei a coletar e analisar dados, e escrever minha tese de
mestrado, antes de minha viagem para a Arizona State University, para o doutorado
que começava
desenvolvido em Brasília foi publicado no Journal of Experimental Psychology e não
no Journal of the Experimental Analysis of Behavior- JEAB (Nazzaro & Todorov,
1966). O primeiro trabalho de análise experimental do comportamento feito no
Brasil foi publicado por Azzi, Fix, Keller, & Rocha e Silva (1964) no JEAB.
Em outubro de
que a afetaram durante a ditadura militar. Nove professores de diversos
departamentos, incluindo Rodolpho Azzi, foram demitidos por motivos políticos. Em
protesto, mais de 200 professores, representando mais de 90% do corpo docente
da UnB, pediram demissão. Dos professores de psicologia então em exercício, só
Robert Berryman permaneceu. Fred Keller e Gil Sherman estavam em Tempe, na
Arizona State University, desde agosto de 1964. James e Jean Nazzaro voltaram
aos Estados Unidos em julho de 1965. Alunos do curso de mestrado foram
contratados para substituir os demissionários (M.S.R. Todorov, 1997, Tabela 3).
O grupo original liderado por Fred Keller e Carolina Bori se dissolveu, mas o IAEC
1, o semestre introdutório para o qual o PSI foi desenvolvido, sobreviveu. Hoje em
quase todos os cursos de psicologia no Brasil há alguma versão dele. Em muitos
casos é o único contato que o aluno tem com a análise do comportamento durante
os cinco anos de seu curso. Com freqüência, os alunos são expostos apenas aos
primeiros capítulos de Ciência e Comportamento Humano, juntamente com
capítulos do K&S ou de algum de seus sucedâneos (Baum, 1994; Catania, 1998;
Millenson, 1967), em um curso de um semestre apenas. A experiência com o IAEC
2, o segundo semestre baseado inteiramente em dados sobre o comportamento
humano e na segunda metade de Ciência e Comportamento Humano, se perdeu.
Partes do livro são usados, contudo, em diversas outras disciplinas, de psicologia
do desenvolvimento à psicologia organizacional. À medida em que a análise de
práticas culturais torna-se matéria de interesse para os analistas do comportamento
(Biglan, 1995; Guerin, 1994; Lamal, 1997; Sidman, 1989), Ciência e Comportamento Humano continuará a ser uma inspiração para os interessados em
todos os aspectos do comportamento social humano. Na verdade, as seções sobre
as agências controladoras são mais relevantes agora do que no século passado.
Skinner estava escrevendo sobre o governo durante os primeiros anos da Guerra
Fria. É interessante notar que, ao contrário de obras de ficção da época sobre
governos totalitários (Orwell, 1949, por exemplo), Skinner analisa controles e
contra-controles durante o funcionamento imperfeito de sistemas democráticos --
imperfeitos na medida em que um sistema democrático envolve um balanceamento
contínuo de controles e contra-controles. As ditaduras, por outro lado, desenvolvem
todos os esforços para tornar difícil o contra-controle.
As análises de Skinner tratam do funcionamento de governos democráticos, de
convivência sem coerção, mas no Brasil seu nome acabou associado politicamente
com a direita, em grande parte pela publicação da tradução de seu livro Beyond
Freedom and Dignity (Skinner, 1971). O título original do livro já é terrivelmente
enganoso (Além da Liberdade e da Dignidade). Permite a interpretação de que o
autor trata os conceitos de liberdade e dignidade de maneira negativa, se não
pejorativa. A tradução para o português foi um desastre: O Mito da Liberdade. Com
esse título muitos odeiam o livro mesmo sem ter lido, o que é uma pena. Quem
tinha lido Ciência e Comportamento Humano não se deixou assustar pelo título
original, pela tradução, nem pelas reações de quem não leu. A essência
democrática de Skinner já estava neste livro.
João Cláudio Todorov
Universidade de Brasilia e Universidade Católica de Goiás