quinta-feira, 28 de abril de 2011

GENERALIZAÇÃO DE ESTÍMULOS (sexy?)

Preste atenção nessa imagem, o que você vê?


O que está implícito na imagem e que foi facilmente identificado (percebido) por você, faz parte de um conceito conhecido como “GENERALIZAÇAO”.





“Uma resposta adquirida numa situação não precisará ser reaprendida em situações similares e a tendência do comportamento é a “generalização”. Assim, na “generalização de estímulos”, um estímulo controla uma resposta em razão do reforço em situações onde estão presentes estímulos diferentes, porém, similares.” REESE (1975). Assim, a foto e arranjos das “FRUTAS” da propaganda são estímulos, que através do processo de generalização arremete o individuo ao conceito de formas humanas já aprendidas.


OUTROS EXEMPLOS:


Lemon, Moteis


Hot Dog x Pretzel


Uma Caixa e um Parafuso!


Sorvetes Magnum (kibon)



O som e a palavra "AU,AU" são exemplos de generalização.




Livro:


disponível na biblioteca da UFGD.





(2004) me oferecem a oportunidade de escrever sobre o sucesso continuado deste

livro entre nós.

Fred S. KeIIer veio ao Brasil em 1961 como um Fulbright Scholar para ensinar

durante um ano como professor visitante na Universidade de São Paulo. O que

aconteceu antes e depois dessa viagem está fartamente documentado (e.g., Keller,

1968, 1971, 1982, 1987; Bori, 1996; Gorayeb, 1996; Guilhardi & Madi, 1996;

Kerbauy, 1983; Matos, 1996; Pessotti, 1996; J. C. Todorov, 1990, 1996, 2003; M. S.

R. Todorov, 1995, 1997; Zannon, 1996; Zannon & Bori, 1996).

O sucesso de seu trabalho levou ao convite de um segundo Fulbright Scholar, John

Gilmour (Gil) Sherman, na época um jovem PhD da Universidade de Columbia. Gil

Sherman, Keller, Carolina Martuscelli Bori e Rodolpho Azzi, convidados pela

Universidade de Brasília, planejaram e começaram a implantar o curso de

psicologia da UnB, incluindo o desenvolvimento e a aplicação do Sistema

Personalizado de Ensino-PSI (Keller, 1968, 1982, 1987). Em março de 1963, os

planos para um departamento de psicologia em Brasília foram discutidos com Keller

em Nova Iorque. Ele parecia entusiasmado com a idéia: “Decidi me juntar a eles

quando terminasse minhas obrigações com Columbia. Continuei a ensinar da

maneira tradicional por mais um semestre. Entretanto, foi muito difícil pensar em

qualquer coisa exceto Brasília e nossas operações futuras a serem desenvolvidas

lá.” (Keller, 1971).

A introdução à análise experimental do comportamento foi planejada como um

curso de dois semestres. O primeiro semestre era basicamente o curso como

originalmente planejado por Fred Keller e W. N. Schoenfeld na Universidade de

Columbia, usando o K&S como texto. O curso foi adaptado para um sistema

personalizado de ensino por Keller e Gil Sherman e testado naquela universidade

em 1963. O PSI foi, a seguir, completamente desenvolvido pelos quatro autores que

discutiram em Nova lorque a idéia original e começou a ser implantado na

Universidade de Brasília em agosto de 1964. O segundo semestre do curso

introdutório, o IAEC 2, incluía apenas leituras, demonstrações e experimentos

relacionados ao comportamento humano, com traduções para o português de

alguns dos primeiros (e agora clássicos) trabalhos de análise experimental do

comportamento humano. Entre esses, estavam os estudos de Greenspoon sobre

comportamento verbal (Greenspoon, 1955), o condicionamento de respostas

textuais (Staats, Staats, Schultz, & Wolf, 1962), o uso de fichas como reforçadores

(Ayllon & Michael, 1959), e trechos de Experimental foundations of clinical

psychology (Bachrach, 1962).

Juntei-me ao grupo em janeiro de 1963 como instrutor (auxiliar de ensino), por

convite a mim transmitido por Gil Sherman. Enquanto ainda estávamos em São

Paulo meus deveres incluíam a tradução de material a ser usado no curso em

Brasília. Science and Human Behavior foi parte desse material. Eu traduzia os

textos e os passava para Rodolpho Azzi, tradutor experimentado, que fazia a

revisão. Ciência e Comportamento Humano estava pronto no final de 1964, usando

os termos técnicos anteriormente traduzidos e publicados no Journal of the

Experimental Analysis of Behavior (Azzi, Rocha e Silva, Bori, Fix, & Keller, 1963),

uma das muitas iniciativas de Keller em seu primeiro ano no Brasil. A tradução foi

um trabalho fascinante para um aluno recém saído da graduação. O livro cobre a

maior parte do campo da psicologia com o qual eu tinha tido contato, através de

diferentes linguagens teóricas, durante meu curso na USP.

Ciência e Comportamento Humano foi minha última contribuição para o curso de

introdução à análise experimental do comportamento na UnB, porque de janeiro a

julho de 1965 me dediquei a coletar e analisar dados, e escrever minha tese de

mestrado, antes de minha viagem para a Arizona State University, para o doutorado

que começava em setembro. Curiosamente, o primeiro trabalho experimental

desenvolvido em Brasília foi publicado no Journal of Experimental Psychology e não

no Journal of the Experimental Analysis of Behavior- JEAB (Nazzaro & Todorov,

1966). O primeiro trabalho de análise experimental do comportamento feito no

Brasil foi publicado por Azzi, Fix, Keller, & Rocha e Silva (1964) no JEAB.

Em outubro de 1965 a Universidade de Brasília passou por uma das maiores crises

que a afetaram durante a ditadura militar. Nove professores de diversos

departamentos, incluindo Rodolpho Azzi, foram demitidos por motivos políticos. Em

protesto, mais de 200 professores, representando mais de 90% do corpo docente

da UnB, pediram demissão. Dos professores de psicologia então em exercício, só

Robert Berryman permaneceu. Fred Keller e Gil Sherman estavam em Tempe, na

Arizona State University, desde agosto de 1964. James e Jean Nazzaro voltaram

aos Estados Unidos em julho de 1965. Alunos do curso de mestrado foram

contratados para substituir os demissionários (M.S.R. Todorov, 1997, Tabela 3).

O grupo original liderado por Fred Keller e Carolina Bori se dissolveu, mas o IAEC

1, o semestre introdutório para o qual o PSI foi desenvolvido, sobreviveu. Hoje em

quase todos os cursos de psicologia no Brasil há alguma versão dele. Em muitos

casos é o único contato que o aluno tem com a análise do comportamento durante

os cinco anos de seu curso. Com freqüência, os alunos são expostos apenas aos

primeiros capítulos de Ciência e Comportamento Humano, juntamente com

capítulos do K&S ou de algum de seus sucedâneos (Baum, 1994; Catania, 1998;

Millenson, 1967), em um curso de um semestre apenas. A experiência com o IAEC

2, o segundo semestre baseado inteiramente em dados sobre o comportamento

humano e na segunda metade de Ciência e Comportamento Humano, se perdeu.

Partes do livro são usados, contudo, em diversas outras disciplinas, de psicologia

do desenvolvimento à psicologia organizacional. À medida em que a análise de

práticas culturais torna-se matéria de interesse para os analistas do comportamento

(Biglan, 1995; Guerin, 1994; Lamal, 1997; Sidman, 1989), Ciência e Comportamento Humano continuará a ser uma inspiração para os interessados em

todos os aspectos do comportamento social humano. Na verdade, as seções sobre

as agências controladoras são mais relevantes agora do que no século passado.

Skinner estava escrevendo sobre o governo durante os primeiros anos da Guerra

Fria. É interessante notar que, ao contrário de obras de ficção da época sobre

governos totalitários (Orwell, 1949, por exemplo), Skinner analisa controles e

contra-controles durante o funcionamento imperfeito de sistemas democráticos --

imperfeitos na medida em que um sistema democrático envolve um balanceamento

contínuo de controles e contra-controles. As ditaduras, por outro lado, desenvolvem

todos os esforços para tornar difícil o contra-controle.

As análises de Skinner tratam do funcionamento de governos democráticos, de

convivência sem coerção, mas no Brasil seu nome acabou associado politicamente

com a direita, em grande parte pela publicação da tradução de seu livro Beyond

Freedom and Dignity (Skinner, 1971). O título original do livro já é terrivelmente

enganoso (Além da Liberdade e da Dignidade). Permite a interpretação de que o

autor trata os conceitos de liberdade e dignidade de maneira negativa, se não

pejorativa. A tradução para o português foi um desastre: O Mito da Liberdade. Com

esse título muitos odeiam o livro mesmo sem ter lido, o que é uma pena. Quem

tinha lido Ciência e Comportamento Humano não se deixou assustar pelo título

original, pela tradução, nem pelas reações de quem não leu. A essência

democrática de Skinner já estava neste livro.

João Cláudio Todorov

Universidade de Brasilia e Universidade Católica de Goiás