quarta-feira, 20 de abril de 2011

"TIMIDEZ" uma visão comportamental.

ATENÇÃO, A ORDEM DOS SLIDES FORAM CORRIGIDOS!! AS 22:00 hs do dia 21/04





































Sobre a Análise Funcional

1. O que é Análise Funcional?
"A análise funcional se refere á investigação das relações entre as respostas de um indivíduo aos estímulos ambientais objetivamente identificados" (SOUZA, 1997 apud MORAES et al 2004). Conforme aponta Meyer (1997 apud Moraes, 2004), uma análise funcional é essencial em estudos cujo objetivo inclua a predição e/ou o controle de repertórios de comportamento em situações específicas.
"As variáveis externas, das quais o comportamento é função, dão margem ao que pode ser chamado de análise causal ou funcional. Tentamos prever e controlar o comportamento de um organismo individual. Esta é a nossa ‘variável dependente’ - o efeito para o qual procuramos causa. Nossas ‘variáveis independentes’ - as causas do comportamento - são as condições externas das quais o comportamento é função. Relações entre as duas - as ‘relações de causa e efeito’ no comportamento - são as leis de uma ciência. Uma síntese destas leis expressa em termos quantitativos desenha um esboço inteligente do organismo como um sistema que se comporta." (SKINNER, 1994 apud CALÓ)
"A análise de relações funcionais representa um modelo de interpretação e investigação dos fenômenos naturais que estará presente no projeto skinneriano de constituição da psicologia como ciência do comportamento. Originalmente, o conceito foi empregado por Skinner com o sentido atribuído pelo físico Ernst Mach (1838-1916): identificação de relações ordenadas entre eventos da natureza" (NENO, 2004).
"Com o advento do modelo de seleção por conseqüências, a análise funcional estará associada a uma noção selecionista, não mecanicista, de causalidade. No lugar da busca por um agente originador do comportamento, a análise estará voltada para o reconhecimento da múltipla e complexa rede de determinações de instâncias de comportamento, representada pela ação em diferentes níveis (filogênese, ontogênese e cultura) das conseqüências do comportamento sobre a probabilidade de respostas futuras da mesma classe" (NENO, 2004).
Na ciência skinneriana, a busca de relações funcionais estará sempre associada ao reconhecimento da multideterminação do fenômeno comportamental e à seleção de um recorte específico como domínio da análise do comportamento – o das relações do organismo como um todo com eventos do ambiente a sua volta. (NENO, 2004).
Os analistas do comportamento procuram relações causais na interação entre comportamento (a pessoa ou outro organismo) e aspectos de seu ambiente. Esta ênfase não nega contribuições de aspectos genéticos, biológicos, bioquímicos, neurológicos e outros do organismo. Ela simplesmente identifica os tipos de relações causais buscadas pela ciência comportamental skinneriana; ela é a direção na qual os analistas do comportamento procuram as relações que explicam seu objeto de estudos (CHIESA, 1994 apud NENO, 2004).
Hawkins (1986 apud Neno, 2004) também destaca o caráter idiográfico da intervenção baseada na análise funcional. Diz ele que "as funções que se descobrirão em um caso individual serão únicas, individuais, ou idiográficas" De forma semelhante, no interior de um mesmo caso, dada a complexidade das redes de determinação de instâncias de comportamento, a pluralidade de análises funcionais é possível. "O número de análises funcionais alternativas para casos clínicos é infinita e mesmo o número de análises funcionais precisas (efetivas) para um caso particular é provavelmente muito grande".
Uma análise funcional pode ser altamente complexa e, como decorrência, específica ao indivíduo. É improvável que sejam exatamente as mesmas as intervenções que as análises funcionais podem recomendar para dois problemas que pareçam ser similares. Quaisquer similaridades entre as intervenções estarão relacionadas à similaridade das funções a que os problemas servem. Isso significa que não é possível, quando se usa uma abordagem analítica funcional, fazer generalizações amplas sobre a intervenção a ser realizada ou sobre o estilo com que deve se apresentar (SAMSON e MCDONNELL, 1990 apud NENO, 2004).
2. Como é feita a Análise Funcional?
Inicialmente é feita uma coleta de dados extensa através do relato verbal (colhido através de questionários e/ou entrevistas) e observação e posteriormente esses dados são utilizados para que se identifiquem as variáveis independentes (antecedentes e conseqüências) e dependentes (respostas). Antecedentes, conseqüências e respostas são as contingências. Deve-se procurar colher o máximo possível de informações para que a situação possa ser bem analisada. Onde respondeu, quando respondeu, com quem respondeu, o que respondeu e como respondeu são perguntas que devem sempre ser feitas quando se analisa o Comportamento do organismo (humano e não-humano). Os dados devem ser colhidos sempre se preocupando em fazer a definição operacional dos termos envolvidos (palavras, conceitos, explicações utilizadas) e a medição das respostas emitidas pelo organismo.
O esquema utilizado na Análise Funcional para esboçar o comportamento do organismo é o seguinte:
Comportamento = Antecedentes ↔ Resposta ↔ Conseqüências
3. Onde é utilizada a Análise Funcional?
A análise Funcional é o principal instrumento do terapeuta Analítico-Comportamental, além de ser usada nos Laboratórios de Análise Experimental do Comportamento, no atendimento odontológico de crianças, nas Organizações.
4. Qual a importância da Análise Funcional?
Todorov (1982) afirma que muito do progresso obtido pela análise do comportamento deve-se a análises funcionais não experimentais. Seguramente, mais da metade dos escritos de Skinner refere-se a análises funcionais não-experimentais, isto é, à identificação (ou tentativa de) de variáveis dependentes e independentes, e de processos de interação em exemplos de comportamento humano. Veja-se como ilustração, as seções "O indivíduo como um todo", "O comportamento de pessoas em grupo" e "Agências controladoras", em "Ciência e comportamento humano" (Skinner, 1978) e o livro "Contingências de reforço" (Skinner, 1980).
"È possível, por meio de uma análise funcional, identificar diferentes classes de comportamentos e variáveis controladoras dos comportamentos envolvidos na interação odontopediatra-criança" (MORAES et al 2004).
"A análise funcional do comportamento verbal procura as variáveis independentes que controlam o comportamento verbal no ambiente do organismo que se comporta verbalmente. Estas variáveis devem ser, ainda, passíveis de observação e manipulação, permitindo assim não apenas que se verifique sua relação de controle do comportamento verbal, mas também a instalação de repertório desse comportamento. A análise funcional do comportamento verbal é sempre estudo do comportamento verbal do falante e ouvinte concretos, individuais, num ambiente específico e conhecido, já que a utilização de textos separados das situações concretas em que foram produzidos obscurece as relações funcionais relevantes para a explicação do comportamento verbal"(PASSOS, 2003)
"A análise funcional promove a identificação de relações de dependência entre eventos, ou de "regularidades na relação entre variáveis dependentes e independentes" (CHIESA, 1994 apud NENO, 2004)",
5. Como pesquisar usando o método da Análise Funcional?
O procedimento se assemelha á maneira que se faz a Análise Funcional.
6. Em que pesquisas a Análise Funcional é utilizada?
Nas pesquisas ideográficas (do sujeito único) é mais utilizada a Análise Funcional, porém ela pode ser utilizada em qualquer tipo de pesquisa que envolva comportamento a nível ontogenético e cultural.


Referências Bibliográficas

CALÓ, Fábio Augusto. Análise Comportamental da Timidez. Apresentação em Power Point. Retirado do site www.inpaonline.com.br . Acesso em 10 de fevereiro de 2007 ás 12h24min.

MORAES, Antonio Bento Alves de; SANCHEZ, Kira Anayansi Singh; POSSOBON, Rosana de Fátima & COSTA JÙNIOR, Áderson Luiz. Psicologia e Odontopediatria: A Contribuição da Análise Funcional do Comportamento. Psicologia: Reflex„o e CrÌtica, 2004, 17(1), pp. 75-82

NENO, Simone. Análise funcional: definição e aplicação na terapia analítico-comportamental 2004.

PASSOS, Maria de Lourdes Rodrigues da Fonseca. A análise funcional do comportamento verbal em Verbal Behavior (1957) de B. F. Skinner, 2003.
TODOROV, João Cláudio. Behaviorismo e Análise Experimental do Comportamento. 1982.

Anderson de Moura Lima