Artista citado na aula de Psicopatologia – UFGD (efeito de alucinógenos)
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Pablo Amaringo,
nascido no Peru 1943- 2009, curandeiro, artista, pintor e professor. Aos 10 anos
de idade foi apresentado a um líquido cor de tijolo, de sabor acre e
desagradável, uma bebida feita com cipós e folhas da Amazônia denominado
ayahuasca. Acabou se tornando xamã, e dentro dos transes causados pela bebida, não apenas canções lhe ocorriam em meio aos trabalhos como xamã, mas, alucinações
e visões do mundo e universo que ele nem poderia imaginar - todo um
mundo novo - O visual psicodélico sugerido pela AYAHUASCA influenciaria para sempre o seu
modo de pintar. Abriu-se então um leque infinito de possibilidades a partir de
suas experiências subjetivas, e esse procurou traduzir isso em telas e pinturas.
Psycotria viridis |
cipó "sagrado" |
Pablo pintando! |
Quantos rostos você pode ver nesse quadro?
Farmacologia
farmacologicamente
trata-se de uma mistura complexa, utilizada com propósitos xamânicos,
etnomédicos e religiosos. Etno-biólogos occidentais já registraram uma
variedade de 200-300 plantas diferentes utilizadas no seu preparo. É uma
questão aberta se a Ayahuasca deve ser considerada como uma infusão medicinal
xamânica, ou que deve ser considerada como uma medicina tradicional ao lado, por
exemplo, à medicina ayurvedica ou tibetana.
Efeitos
1
Burracheira: “É o nome dado ao efeito da Ayahuasca no espírito humano, e
significa ‘força estranha’. Revela a dimensão espiritual e a existência do
Sagrado. Durante o tempo que esta força se manifesta, o discípulo experimenta
grande clareza e discernimento e recebe ensinamentos sobre a própria
existência. A burracheira nem sempre é uma experiência fácil, embora seja
sempre benéfica e purificadora”
(http://www.uniaodovegetal.org.br/udv/index.html).
Segundo
algumas correntes de defensores do seu uso religioso e ritualístico, a Ayahuasca
não é um alucinógeno. Seus defensores preferem utilizar o
termo enteógeno (gr. en- =
dentro/interno, -theo- = deus/divindade, -genos = gerador),
ou "gerador da divindade interna" uma vez que seu uso se dá em
contextos ritualísticos específicos. Para seus críticos, contudo, a opção sócio-cultural
do usuário ou a tolerância religiosa de alguns países ao seu princípio ativo,
o DMT, não altera sua classificação, uma vez que o
objetivo continua sendo o de induzir visões pessoais e estados alterados por
meio da ingestão de uma substância.
Segundo
os relatos dos usuários, a Ayahuasca produz uma ampliação da percepção que faz
com que se veja nitidamente a imaginação e acesse níveis psíquicos
subconscientes e outras percepções da realidade, estando sempre consciente do
que acontece — as chamadas mirações. Os adeptos consideram esse estado
como supramental "desalucinado" e de "hiperlucidez"
ou êxtase.
Num
contexto religioso, tais fenômenos são atribuídos à clarividência, projeção
da consciência, acesso a registros etéricos (arquivos akáshicos) ou
contatos espirituais. Noutras experiências, dependendo da formulação de cada
grupo e tolerância particular, o estado alterado se dá pelas visões interiores
próximas de um estado meditativo, em que o usuário consegue distinguir tais
visões ou "mirações" pessoais da "realidade exterior".
Cientificamente,
a propriedade psicoativa da ayahuasca se deve à presença, nas folhas da chacrona, de
uma substância alucinogéna denominada N,N-dimetiltriptamina (DMT),
produzido naturalmente (em doses menores) no organismo
humano, Rick Strassman especulou que a Glândula
pineal seja o seu produtor no corpo humano, contudo, não existem
estudos clínicos que o comprovem de fato . O DMT é metabolizado pelo organismo por meio da
enzima monoamina oxidase (MAO), e não tem efeitos
psicoativos quando administrado por via oral. No entanto, o caapi possui
alcalóides capazes de inibir os efeitos da MAO: harmina,tetraidroarmina e harmalina,
principalmente. Desse modo, o DMT fica ativo quando administrado por via oral e
tem sua ação prolongada.
A Ayahuasca
provoca alteração da consciência sem causar danos físicos. Muitos consumidores
atribuem à substância propriedades curativas, como reativar órgãos danificados
e melhoras em quadros de dependência química, por exemplo. De fato, não
há dependência física conhecida, ainda que a
necessidade intrínseca do uso da planta em todos os ritos para se atingir
estados alterados seja visto por alguns como manifestação de uma dependência psíquica bastante
estimulada pelo contexto religioso e social. Existe também um estudo, realizado
com desenho duplo-cego controlado com placebo, que demonstrou que a ayahuasca,
administrada de forma aguda para consumidores com larga experiência com a
bebida, reduz sinais relacionados ao pânico, diminui a desesperança e não
altera os sinais relacionados com a ansiedade.
A
discussão sobre os efeitos psicoativos causados aos usuários da bebida foi
responsável por uma longa avaliação, de mais de 20 anos, nos órgãos públicos
responsáveis pela liberação do consumo para práticas rituais. O Grupo
Multidisciplinar de Trabalho que regulamentou o uso religioso da Ayahuasca foi
instituído em novembro de 2004, mas bem antes disto, o tema já tinha sido alvo
de outros estudos oficiais. A resolução autorizando o consumo da bebida em
rituais religiosos e vedando sua utilização com fins comerciais, turísticos e
terapêuticos foi publicada no Diário Oficial da União em 26 de janeiro de 2010.
Os
10 princípios para utilização da ayahuasca, bem como a íntegra do relatório
final do grupo multidisciplinar de trabalho – GMT – Ayahuasca você pode
conferir no seguinte endereço:
Outras
opiniões
O
chá contém dois alcalóides potentes: a harmalina, no cipó, e a
dimetiltriptamina (DMT), que vem da chacrona. O DMT é uma substância controlada
e foi proscrita para uso humano pelo Escritório Internacional de Controle de
Narcóticos, órgão da ONU encarregado de estudar substâncias químicas e
aconselhar os países membros quanto à sua regulamentação. O governo dos EUA
afirma que seu uso é perigoso mesmo sob supervisão médica, e seu uso é proibido
em países que possuem legislação anti-drogas, mas recentemente os EUA liberaram o uso APENAS para uma pequena seita
brasileira em território americano, enquanto no Brasil ele é liberado para uso religioso. Advogados da União do Vegetal
(UDV) dizem que especialistas atestaram que o chá é inofensivo, mas o CONAD
(Conselho Nacional Antidrogas) em seu parecer não
fala nada sobre ser inofensivo, e libera apenas seu uso terapêutico, em caráter
experimental, e que o "controle administrativo e social do uso religioso
da ayahuasca somente poderá se estruturar, adequadamente, com o concurso do
saber detido pelos grupos de usuários". Lembrando que o LSD também já foi
permitido legalmente, e que no Canadá a maconha é liberada para uso terapêutico
também... o problema não são as drogas, mas o uso que se faz delas...
No site do IPPB, vemos no artigo do Dr. Luiz Otávio Zahar que explica que "a DMT (dimetiltriptamina) é naturalmente excretada pela glândula pineal, e que desempenha um papel no processo de sonhar e possivelmente nas experiências próximas à morte e em outros estados místicos. A mistura das duas plantas potencializa a ação das substâncias ativas, pois o DMT é oxidado pela enzima Monoaminoxidase (MAO), a qual está inibida pela harmina, acarretando um aumento nos níveis de serotonina, o que causa impulsão motora para o sistema límbico no sentido de aumentar a sensação de bem-estar do indivíduo, criando condições de felicidade, contentamento, bom apetite, impulso sexual, equilíbrio psicomotor e alucinações." |
Quando
Pablo parou de praticar o xamanismo, declarou:
"A ayahuasca não é algo a ser tomada de
ânimo leve Ela pode não matar, porque é em si mesma não é tóxica,
mas porque o
corpo não pode ser forte o suficiente para receber tanto conhecimento e
sabedoria.". Depois disso, ele descobriu uma missão que durou o resto
de sua vida: comunicar os ensinamentos do mundo espiritual, pintando suas
visões.
(visita a Pablo)
Vida Modesta! |
Postado por : Hilton Caio Vieira