sexta-feira, 30 de setembro de 2011

As Categorias Formais de Comportamento Verbal em Skinner




















Maria Amélia Matos
Universidade de São Paulo, São Paulo


Nesta parte de nosso curso pretendemos abordaessencialmente o modelo de análise funcional do comportamento proposto por B. F. Skinner em sua obra Verbal Behavior (1957). Esta obra, profundamente criticada e a mesmo rejeitada pelcomunidade de analistas comportamentais quando de sua publicação, é, não obstante, paradigmática. Ela representa simultaneamente uma síntese do modelo de seleção pelaconseências e sua mais abrangente tentativa de extrapolação para o estudo do comportamento humano. E representa ainda o mais profundo choque entre a posiçãestruturalista (compreender o falado - seu significado  a partir de uma sintaxe pexistente) e a funcionalista (compreender o processo de aquisição da fala, o significado é dado pela análise dacondiçõeem que a fala ocorre, a sintaxe é adquirida no processo de aquisição da fala).


Coerentemente com sua importância, é uma obra que  vinha sendo escrita desde a década de 30, paralelamente a Behavior of Organisms. Obra polêmica, interpretativa num momento em que se buscavam dados experimentos, mal compreendida desde sua primeira divulgação (sob forma de aulas conferências na década de 40), gerou uma série dpesquisas equivocadas entre 66 e 76, para nos anos 80, ser finalmente retomada para estudos, análises e debates.
Nesta obra pela primeira vez contingência de três termos é propostclaramente como unidade de análise do operante e, também pela primeira vez, Skinneanalisa contingências, não respostas.

Comportamento verbal como comportamento social

O comportamento verbal é essencialmente definido pelo efeito sobre o comportamento do outro e, portanto pelo seu caráterelacional (no caso, uma relação social). Pode-se dizer que o comportamento verbal é basicamente uma relação entre o ambiente social, representado pelo outro, o ouvinte, e um organismo vivo, o emitente. O ouvinte  atua  como  um  estímulo  discriminativ na  presenç do  qua verbalizões ocorrem (assim como também, provavelmente, outras formas de comportamento, que, no entanto,  ocorrem  também em outros ambientes, acontrário do verbal). Esta relação
é por sua vez controlada por um contexto social mais amplo, um quadro autoclítico, no
qual se insere uma parte da história passada dos dois atores, a qual é compartilhada poambos (e onde têm papel importante os operantes discriminativos verbais). Estas verbalizões, atuando agora como discriminativos para o ouvinte, afetam comportamento deste. Estes efeitos sobre o comportamento do ouvinte atuam seletivamente  sobre  aquela  classe  de  operante  verbais  do  emitente modificando-aComo se depreenddesta análise, não existem elementos topográficos na definição do comportamento verbal, ele é interação pura. Ao mencionarmos o andar  é inevitável a intrusão de elementos anatômicos e topográficos, embora o critério definiente seja o efeito  (deslocamento) par  qual,  aliás,  é  necessário  um  substrato  físico.  Ao discutirmos o falar é também inevitável o elemento anatômico-topográfico, embora o efeito som  seja o crítico. Ao analisarmos o verbalizar contudo, não  constrição (e deve ser evitada a intrusão) de qualquer topografia/anatomia;  o efeito sobre o comportamento do outro importa. Nesse sentido diz-se que o efeito do comportamento verbal sobre o ambiente físico é indireto mediado pelo comportamento do outro, sobre o qual,  então,  te um  efeito  direto  (embora  contextualmente  pela  hisria  passada comum).
Como exemplos de comportamento verbal temos os seguintes operantes: falarescrever, gesticular, datilografarcompocom tipos, usacódigos (como Morse, ou a linguagem das flores, etc.) ou expressões faciais. Como exemplos de comportamentos não-verbais temos tanto não-operantes (roncar, chiar, produzir sons em situação de canso, stress, dor, enfado, como Anagh, Fuuu, Chiii, Oh) como operantes. Entre estes últimos temos respostaabertas (controlar, assobiar, garatujar) e encobertas (visualizar, imaginar) que, por acompanharem freentemente a emissão de verbais denominados pensar, sãconfundidas com essa classe(*)
Quando o comportamento (verbal ou não-verbal) de um emitente é controlado por comportamentos sociais que incluem respostas verbais especificadoras de contingências (por exemplo, instruções, conselhos, ordens, etc.), falamos de comportamento controlado por regras. O comportamento controlado por regras, e portanto por respostas verbais (do outro ou do eu), não é considerado por Skinnecomo um caso de comportamento verbal, embora o comportamento daquele que emite aregras o seja.


* Pensar é aqui entendida como uma classe de operantes verbais pré-correntes encobertos (principalmente tatos e ecóicos) relativos a um assunto ou problema, cujos efeitos principais são sobre o repertório comportamental do próprio emitente, e que, nesse sentido, não produzem alterões no ambiente físico ou social do emitente.  Contudo, alteram a probabilidade de ocorrência de outros comportamentos demitente, comportamentos estes sim, que alteram seu ambiente físico e/ou social. Pensar portantoseriam respostas verbais encobertas que afetam o sujeito que as emite (considerado assim como sepróprio outro, seu ouvinte), mediadas em seu efeito sobre o ambiente pelas mudanças comportamentais que produz no sujeito como seu outro. Como se pode ver, a análise de Skinner, embora considerando o comportamento verbal como social, é essencialmente uma análise desde o ponto de vista daquele quverbaliza.

As categorias de comportamento verbal

Analisando as relações que podem se estabelecer entras condições antecedentes, as conseências as respostas verbais, Skinner identifica e descreve oito categorias de comportamento verba(ver Quadro I).



Como se verá, em algumas categorias Skinner usa critérios funcionais, noutras,
estruturais, e em outras mistos. As categorias são sempre multidimensionais: os discriminativos envolvem tanto palavras escritas ou faladas, objetos ou eventos, quanto pessoas; os conseentes também semprenvolvem ação de pessoas, bem como mudanças, próximas ou remotas, causadas no ambiente por essa ação (quanto mais sofisticado   emitente isto  é  mais  complexo  se reperrio  comportamental,  mais remotas podem ser essas mudanças).
1.   Ecoa (echoic  behavior) É  controlado  por  discriminativos  sonoros,  e geral palavra dita por  pessoas;  a  resposta  é  vocal e  a  conseqüência  é  social,  por exemplo, a aprovação dos outros. Supõe um grau de identidade estrutural entre acaracterísticas acústicas e/ou sonoras do antecedente e da resposta. Ex. tendo alguém dito a palavra cavalo, emitente diz a palavra cavalo.
2.   Copiar (copy behavior). É controlado por discriminativos visuais, em geral palavraescritas; a resposta é motora; e a conseqüência é social. Supõe umidentidade estrutural (que pode ser bastante frouxa, quase simbólica, e portanto funcional) entras características visuais/gráficas do antecedentes e as do produto da resposta. Ex. tendo alguém escrito a mão em minúsculas a palavra cavalo, o emitente escreve a mão ou a máquinaemaiúsculas ou minúsculas, etc., a palavra cavalo.
3.   Tomar ditado. É controlado por discriminativos sonoros, em geral palavras ditas por alguém; resposta é motora; e a conseência é social. Supõe uma identidade funcional entras características sonoras do antecedente e as visuais/gráficas do produto da resposta. A aprovação social supõe que o ouvinte partilhe desse quadro de eqüivalências. Ex. tendo alguém dito a palavra cavalo,  o emitente escreve a palavra cavalo.
4.   Tatear (tact behavior). Os discriminativos controlados podem ser objetos, pessoas, acontecimentos, sensões, lembranças, isto émudanças no campo sensorial (visual, auditivo, tátil, proprioceptivo, interoceptivo, etc) do emitente. A resposta pode ser vocal ou motora (palavras ditas ou escritas, gestos), e a conseqüência é social, pom sui generis. Supõe uma identidade funcional entre as características da situação em que ocorre e as características da resposta; supõque o ouvinte partilhe desse quadro de equivalências. conseência social ocorre aqui, não porque estamos diante de uma situação didática, digamos assim, mas porque principalmente o ouvinte se beneficia pelo tatear do emitente. Isto é, o ouvinte refoa o emitente não apenas devido a um pacto social, mas principalmente porque lhe convêm que o emitente continue a prestar informões sobre o ambiente. Ex. diante de um animal o emitente diz o nome deste animal; diante da água que cai, diz que chove; diante de determinadas sensações, diz dor; diante de um buraco no chão diz dor ou perigo, etc. O nome da categoria expressa justamente o fato de que o ouvinte é posto em contato com o evento que controla o comportamento verbal do emitente. Tatos isolados podem ocorrer diante de estímulos isolados, como o verbal chove diante da água que cai;  tatos  aglomerados  pode ocorre diante  de  estímulos  simultâneos,  como  o verbal tempestade diante da água que cai, acompanhada de raios e trovões, ou o verbal furacão se o acompanhamento inclui ventofortes. Especiaatenção deve ser dada ao tato extrapolado (extended tact). Trata-se de um tatear generalizado diante de estímulos multidimensionais, onde o emitente pode responder ao todo como uma parte, ou a uma parte como um todo. A metáfora, a símile, e a sinedoque correspondem esses casos (ex.: diante de um trecho musicaexecutado por violinos referir-se ao desempenho das cordas, diante do contorno de um olho dizer olho, diante de um veleiro deslocando-se com facilidade dizer que corta  as  águas,  etc Uma  outr form de  tat extrapolado  é  aquel e que combinam-se tatos isolados, como por exemplo, na expressão máquina de escrever. Os procedimentos de aquisição de tatos extrapolados relacionam-se aos de aquisição de conceitos e portanto aos de formação de classes de equivalência (abstração é um tato controlado por uma propriedadespecífica presente em vários objetos ou eventos, isto é, a uma propriedade ou dimensão do objeto enquanto isolada do objeto).
Tatos são particularmente importantes porque representam uma importante via de acesso estados internos do emitente, e o estudo dos procedimentos de aquisição do comportamento de tatear eventos encobertos é hoje uma importantárea de pesquisa  e Psicologia Quando  eventos  públicos  atuais  ocorrem,  os  quais estiveram  associados   eventos  privados  na hisria passada do  emitente 1  ( criançcai; no passado, quando a mãcaiu ela sentiu dor), este pode usar o mesmo tato empregado na ocasião (ne tem dodói), que passará, com sua repetição, a seempregado pelo emitente 2, quando nas mesmas situões (a criança cai, sinto dor”) N mesma  situação,   emitente   pod apresenta resposta colaterais (colocar a mão sobre o joelho, mancar, etc.) que também acompanharam eventos similares na história passada do emitente 1, e, neste caso, aquisição é mais precisaFinalmente, se o emitente 1 já possui algum reperrio verbal, ele pode, através do processo de generalização, apresentar tatos extrapolados (“que dor aguda, “está queimando”).
5.   Manda (mand  behavior) Os  antecedente controlados  sã eventos  encobertos ligados estados motivacionais ou afetivos; resposta pode ser vocal ou motor(palavras ditas ou escritas, gestos) e explicita a natureza da ação do outro (ouvinte); e a  conseência  é  socia apena no  sentido  estrito,  pois  deve  imediatamente  ser seguida de mudanças no ambiente relacionadas aos estados privados. Supõe uma identidade funcional entre a resposta verbal emitida e a ação social produzida (e nesse sentido supõe que o ouvinte partilhe do quadro de equivalências), e supõe relões estruturais entre a natureza dos eventos antecedentes encobertos (no emitente) e a naturezdos efeitos da ação (conseente) do ouvinte. O estudo dos mandos é diretamente pertinente ao estudo dos comportamentos controlados por regras.
6.   Ler (textual behavior), também denominado pré-ler, pois embora envolva nomeação oral do estímulo palavra escrita (e nesse sentido textuais são tatos), não necessariamente envolve um reperrio maior de pareamento com objetos, desenhos, situões eventos (compreensão). Os discriminativos controladores são visuais, palavras escritas, as conseências são sociais. Quanto à resposta caberiaqui uma distinção preliminar entre oralizar um texto ou compreender um texto. Estritamente falando, ler é oralizar, e a resposta seria considerada vocal. Contudo, pode-se supor
também (a) uma situação em que o emitente vocalize uma palavra escrita quando diante de um texto, mas este não controla qualquer outra resposta de sua parteconsiderada correta pela comunidade verbal; e (b) uma situação em que emitente, oralizando ou não diante de um texto, apresente uma série de outras respostaconsideradas corretas (isto é, funcionalmente equivalente). Por exemplo: diante de uma cartela com a palavra cavalo nela escrita, uma criança diz cavalo (situação a), ou desenha um cavalo, e/ou aponta um cavalo, e/ou descreve ou define o que seria um cavalo, etc. (situão b). Tanto na situação a como b estamos diante de identidades funcionais entre o evento antecedente e a resposta, porém apenas no segundo caso a expressão ler com compreensão seria empregada, e nesse caso a natureza da resposta verbal seria variada (na verdade o compreender envolve o ler textual, o auto-ecoar esta leitura, e o intraverbalizar sob controle desteecóicos).
Antes de abordarmos as categorias 7 e 8, caberiam algumas considerações sobre o que foi dito a aqui. Parentender as categorias 1, 2 , 3 e 6 foi importante analisar a natureza do antecedente, isto é, a origem do locus de controle específico; parentender categoria 4 foi importante analisar a relação antecedente-resposta; e parentender a categoria 5, relação antecedente-conseente. aquisição dos comportamentos descritos nas categorias 1, 2, 3, 4 e 6 nos descreve como o mundo externo entra econtato com o mundo interno. A aquisição dos comportamentos descritos nas categorias
4 e 5 nos descreve como o mundo interno entra econtato com o mundo externo.
Contudo, as categorias 7 e 8 colocam problemas especiais, duplamente. Primeiro, porque as relões relevantes não são mais exclusivamente entrclasses de estímulos classes de respostas; são agora relações estímulo-estímulo, isto é, o controle é condicional.  Segundo,  porque   próprio  comportamento  verba se  transforma  eestímulo controlando emissões verbais posteriores, isto é, aquisição dos comportamentos  descritos  na categoria    nos  descreve  como   mundo  da linguagem entra em contato consigo mesmo. Além disso, com relaçãàcategoriaanteriores, havia uma correspondência – formal ou literal  entre os antecedentes e resposta verbal; com relaçãàcategorias 7 e 8 isto não ocorre.
7.   Intraverbalizar (intraverbal  behavior). Um intraverbal é qualquer operante verbacuja variável controladora seja o próprio comportamento verbal anterior do emitente (na verdade pode ser o comportamento verbal de uma outra pessoa, que o sujeito acompanha, ouvindo ou lendo). Exemplos são muitos: recitar um poema, derivar uma fórmula, enunciar um silogismo ou qualquer forma draciocínio, ou até conversar fiado. Um intraverbalizador típico é o contador de causos, que está mais sob controle do próprio contar do que do evento que o originou. Os antecedentes desta resposta verbal são complexos e múltiplos, cadeias ou seências verbais, conjuntos de associões verbais. Múltiplos: 4 é resposta para 2+2, 3+1, 2x2, 6-2etc.,  bem como para a seência 1, 2, 3, ... . Cadeias ou seências: derivar uma fórmula, enunciar um raciocínio, dizer um poema. Associões: controle pelo tema, situação ou assunto. Em suma, nenhum elemento específico e particula(com conseente exclusão dos demais componentes do comportamento verbaantecedente) pode ser considerado um antecedente de intraverbal. Isto fica evidente quando se interrompe a emissão de intraverbal e o sujeito não consegue recomeçar
de onde parou, deve voltar ats vários elos da cadeia; ou quando, diante da palavra
u um meterologista diz tempo, um aviador, teto e uma adolescente, azul.
Assim como os antecedentes podem ser visuais ou auditivos, a resposta verbal ela própria pode ser vocal ou motora (escrever), e sua conseência é social, a aprovação pelos outros. Intraverbais são gerados lentamente, através de reforçamento intermitente (certos aspectos do causo interessam mais o ouvinte do que outros), e em geral após emissõeextensas.
Intraverbais extensos podem constituir uma cadeia, quando ordem ou seência é importante e  uma certa obediência à gramática; ou aglomerados, onde a ordem não é importante nem existe gramaticalidade (em geral associões temáticas ou por contiguidade temporal). Classes de equivalência e generalização semântica são exemplos de intraverbais eaglomerado.
8.   Articular/rearticular/organizar/reordena (autoclitic  behavior),    palavr inglesa refere-se à característica deste comportamento de se auto seccionar, assim fazendo, se organizae/ou reorganizar; de se auto referenciar, e assim fazendo, se reformular quando ainda em curso. Esta categoria é extremamente sutil, ela mostra o falantcomo ouvinte de si mesmo. De fato, os estímulos antecedentes aqui são ditos visuai(ou  auditivos) ma nu sentido  muito  especial,  já  que  sã encobertos,  isto  é, palavras visualizada(ou auditivadas) pelo próprio sujeito (ou, mais do que palavras, relões verbais). Ou seja, os antecedentes sãrespostas verbais do próprio sujeito; anteriores, simultâneas ou concorrentes, à resposta articulada. Esta, por sua vez, pode ser vocal ou motora (rearranjo de palavras escritas, reformulação do discurso em curso, etc.). Como em todos os casos anteriores, a conseenciação é social, porque referencial é social, pom é próprio sujeito que se auto-reforça.
O controle aqui é tipicamente contextual, temático, situacional, depende da emissão de outros operantes verbais, que, assim, podem ser considerados primários (categorias de 1 7). Mas, falar em emissões extensas é insuficiente. É a própria situação verbal, junto com as respostas articulativas, que controlam novas respostas verbais.  Por  sua  vez esta faze parte  d seus  próprios  efeitos,  já  que  conseência que produzem é a conclusão, a paráfrase, o esclarecimento, a ordenação, o reformular/reformulação, etc. O antecedente verbal que controla o reformular deve encontrar-se no seu produto (deve se encontrar  e deve seencontrado lá), enquanto isso não ocorre, reformulação não é reforçadora. É nesse sentido que dizemos que compreender é ecoar (reflexivamente ou não) e usaesteecóicos como discriminativos para o controle de intraverbais autoclíticos (articulativos).

Autoctico em geral incluem palavras que modificam os efeitos de outras palavras sobre o ouvinte, e os arranjos e ordenações que denominamos estrutura gramatical (Catania, 1984, p. 244).

Contudo,  nã podemos  confundir  gramátic com  autoclíticos.   gramátic é
meramente o efeito, o produto, de operantes verbais autoclíticos. Além disso, além de palavras gramaticais, os autoclíticos envolvem também a ordenaçãde palavras.
Autoclíticos podem ser descritivos (quando envolvem discriminões do comportamento verbal do próprio emitente, e, nesse sentido, autoclíticos estãenvolvidos naquilo que se costuma denominar processo de auto-conscientização) ou relacionais (quando envolvem unidades verbais que não se constituem erespostas verbais isoladamente, pois sua natureza é essencialmente coordenativacomo advérbios, proposições, e verbos conetivos). Para entender o autoclítico nada mais útil do que considerar a natureza das palavras grifadas, nas frases que se seguem,   tenta classificá-la na categoria anteriormente  vistas:  Acho que entendi. Não entendi. Me disseram que choveu. Choveu ontem. Gosto de todas acores, menos sulferino. Todos os homens são mortais. Estes exemplos deixam claro que respostas verbais autoclíticas ocorrem em duas etapas. Na primeira estão os operantes verbais básicos (Ex: tatos, mandos, etc., isto é, entendi, chuva, cores, homens, sulferino, etc.) que alteram as circunstâncias presentes. A segunda etapa só pode ocorrer na presençda primeira, e representa o quhá dpeculiar no autoclítico, o falar sobre o falar (A maça é vermelha”). É possível ver que os autoclíticos na verdade são uma subcategoria muito especial de tatos. São tatos cujos discriminativos são operantes verbais básicos, atual realmente sendo emitidos; cujas respostas verbais variam de acordo com as variáveis controladora(ou de acordo com sua força, ou de acordo com sua formadaquele operante. Ex: Entendi/Acho que entendi/Entendi muito bem; A mã é   vermelha/As maçãs são vermelhas.
Mas, realmente, o melhor exemplo de autoclítico ainda é o segundo epílogo da obra Verbal Behavior, No Black Scorpion (Skinner, 1957, pp.456-470)que além de autoclítico, écomo dissemos, uma metáfora do próprio Behaviorismo Radical.


                   Referências

Catania, A. C. (1984) Learning. Englewood Cliffs, NJ: Prentice-Hall, 2 edição, cap.9.

Skinner, B. F. (1938) The Behavior of Organisms. New York: Appleton Century
Crofts.
SkinnerBF. (1957) Verbal Behavior. New York: Appleton Century Crofts. Skinner B F (1969)  Contingencie of  Reinforcement:   A theoretical  analysis.
Englewood Cliffs, NJPrentice-Hall.